Todo ano vemos o mesmo cenário no futebol brasileiro, os milionários clubes do eixo investindo pesado, brigando entre si pelas grandes estrelas ou assediando estrelas dos clubes formadores que não dispõe das mesmas cifras para contratar e manter elencos.
Para clubes abaixo da linha dos 12 do eixo, pouco há que se fazer, tanto para contratar as "estrelas", quanto para manter os talentos formados com muito suor e trabalho.
Os “milionários” pagam qualquer preço e acabam levando por disporem, injustamente, de uma verba gigantesca, bancada pela mídia.
O poderio de Corinthians e Flamengo está em seus R# 300 milhões anuais (em média), inclusos todas os recursos, provenientes da “mídia”. O Palmeiras está um pouco abaixo na captação desses recursos, mas tem um diferencial que o eleva um pouco acima dos 2 anteriores, o patrocínio "desigual", que banca qualquer nome que acharem conveniente.
Dinheiro não é problema para estes, como para alguns outros, como o Cruzeiro por exemplo, que pode endividar-se, sem a preocupação de problemas a longo prazo. Sacrificam 1 ou 2 anos e voltam ao mercado com força total, após as dividas quitadas, recomeçando o ciclo novamente. O Cruzeiro encontra suporte nos cerca de R$ 200 milhões anuais ou mais, que arrecada com a mídia.
O ABISMO NÃO COMPREENDIDO PELO TORCEDOR
O caso do Athletico Paranaense é singular e único no Brasil.
Como um clube que hipoteticamente está fora do eixo de clubes bem remunerados pela mídia, consegue alçar grandes voos e bater da frente com os considerados maiores do Brasil (já não tão maiores assim em campo)?
Seguindo a escala de valores provenientes da mídia, ainda sem contar as outras receitas captadas pelos clubes, o Athletico recebe em torno de R$ 50 milhões anuais, 6 vezes menos que, por exemplo, Flamengo e Corinthians. A diferença nos valores recebidos pelo Athletico, para qualquer clube dos 12 do eixo, é no mínimo 4 vezes menor. Em outras palavras, o que um clube do eixo arrecada com mídia em 1 ano, para o Athletico são necessários cerca de 4 anos somados para se igualar aos mesmos. Para que o Athletico se iguale financeiramente a que Corinthians, Flamengo e Palmeiras dispõe anualmente em seus “cofres”, são necessários no mínimo 6 anos de economias.
Claro que o abismo fica muito maior, se levarmos em consideração as receitas adicionais dos clubes do eixo, em especial os clubes acima citados, com patrocínios e vendas de atletas. A disparidade fica ainda mais absurda.
Some-se ainda, a todas as “benevolências” financeiras recebidas pelos referidos clubes, seus quadros associativos de torcedores, que aumentam substancialmente o poderio financeiro dos mesmos, algo que nem de longe o Athletico consegue obter de seu torcedor ainda. E levemos em consideração também, o fato do Athletico ter plano de sócio mais acessível e barato que os planos do "eixo", que significa menos receita que outros com mesmo número de associados.
O torcedor sempre teve um papel importante nessa divisão de valores. O consumo de produtos do clube, do Sócio-Torcedor (dependendo inclusive dos valores praticados para o associado), o consumo de produtos dos patrocinadores do clube (o que assegura a instituição renovação de contratos de patrocínio de acordo com a boa repercussão de mercado), fazem com que a disparidade diminua e torne menos complicada a manutenção e/ou maior investimento em elenco em cada temporada.
Portanto, para novas e maiores conquistas, é fundamentalmente necessário que o torcedor se engaje em um movimento por mais associados. Quanto maior a receita proveniente de sócios, maior é a confiança do clube para acertos contratuais e pontuais, sobre salários que podem ser pagos ou negociações que exijam recursos maiores que o normal. Em outras palavras, o Athletico só gasta a provisão financeira que tem a certeza estará disponível a curto, médio e longo prazo.
O DIFERENCIAL DE UM GRANDE ADMINISTRADOR
Falar em administração é fácil, viver a "matéria" é o grande e verdadeiro desafio. Qualquer um pode falar que faria isso ou aquilo, poucos conhecem a realidade de estar em uma"mesa", cercados por diversas decisões necessárias, mediante recursos escassos.
Guardada as devidas proporções, vamos analisar o caso de uma família que dispões de R$ 5 mil por mês para suas despesas e outras que dispões de R$ 30 mil. Seria o mesmo que membros da família cobrassem o “administrador” por uma casa nova, veículo novo, melhores condições de vida todo ano, nos mesmos moldes da família que recebe R$ 30 mil.
Insano pensar por esse ponto de vista, mas é exatamente o que ocorre com o futebol.
Diante de tantas cobranças e de valores financeiros tão escassos, o Athletico buscou investir primeiramente em estrutura, para tentar, eu disse tentar, de alguma forma minimizar o abismo financeiro.
Acontece que o Athletico investe seu tempo em uma “plantação”, cultivando dia após dia novos talentos e ainda se submetendo ao risco que os clubes do eixo não precisam de submeter, de na maioria das vezes a maior parte de sua plantação não render o esperado.
A “plantação” do Athletico é monitorada diariamente, de sol a sol, sem intervalos ou descansos, e para isso, o clube dispõe de uma equipe de profissionais, que também é paga, para ter seu objetivo de boas colheitas atingidos no menor espaço de tempo possível.
A NECESSIDADE DE VENDER
O Athletico não dispõe do luxo de pagar altos salários a qualquer atleta de futebol de ponta e mesmo os “fabricados” por sua base de “produção”, quando despontam, acabam flertando com salários astronomicamente muito superiores aos que podem ser praticados pelo clube.
Como o clube não dispõe de verbas justas oriundas de mídia, precisa de alguma forma amenizar o abismo financeiro, para continuar aplicando em sua safra e consequentemente buscar no mercado nomes que supram as posições mais carentes.
A venda de atletas não vale apenas como injeção financeira, mas como suporte para que todo o trabalho siga dinamicamente, para que novos talentos sejam revelados e inclusive, sustentar centenas de projetos sociais do clube. O Athletico de hoje é líder em projetos sociais na América do Sul.
Essa máquina, em perfeito funcionamento, é que possibilitou vermos o Athletico em campo campeão, com pelo menos metade do elenco produzido em suas “dependências”, prova mais do que certa de que aplicar em estrutura, muito antes do que em títulos, foi a medida mais correta e lúcida, nos fazendo acreditar que o futuro pode ser ainda mais brilhante para o Furacão.
Tenha em mente que a boa administração é que mantém o “carro” do Furacão nos trilhos. O trabalho por completo é muito complexo e não cabe nas mãos de qualquer um que se julgue preparado para assumir e administrar, pois, requer discernimento, consciência financeira, competência administrativa, sangue frio para decisões muitas vezes consideradas temerárias por parte da torcida e imprensa e acima de tudo convicção nos projetos desenvolvidos à longo prazo.
Por tudo isso, atualmente, o Athletico é único em sua forma de fazer e administrar o futebol, estando muito a frente do tempo dos demais.
Para clubes abaixo da linha dos 12 do eixo, pouco há que se fazer, tanto para contratar as "estrelas", quanto para manter os talentos formados com muito suor e trabalho.
Os “milionários” pagam qualquer preço e acabam levando por disporem, injustamente, de uma verba gigantesca, bancada pela mídia.
O poderio de Corinthians e Flamengo está em seus R# 300 milhões anuais (em média), inclusos todas os recursos, provenientes da “mídia”. O Palmeiras está um pouco abaixo na captação desses recursos, mas tem um diferencial que o eleva um pouco acima dos 2 anteriores, o patrocínio "desigual", que banca qualquer nome que acharem conveniente.
Dinheiro não é problema para estes, como para alguns outros, como o Cruzeiro por exemplo, que pode endividar-se, sem a preocupação de problemas a longo prazo. Sacrificam 1 ou 2 anos e voltam ao mercado com força total, após as dividas quitadas, recomeçando o ciclo novamente. O Cruzeiro encontra suporte nos cerca de R$ 200 milhões anuais ou mais, que arrecada com a mídia.
O ABISMO NÃO COMPREENDIDO PELO TORCEDOR
O caso do Athletico Paranaense é singular e único no Brasil.
Como um clube que hipoteticamente está fora do eixo de clubes bem remunerados pela mídia, consegue alçar grandes voos e bater da frente com os considerados maiores do Brasil (já não tão maiores assim em campo)?
Seguindo a escala de valores provenientes da mídia, ainda sem contar as outras receitas captadas pelos clubes, o Athletico recebe em torno de R$ 50 milhões anuais, 6 vezes menos que, por exemplo, Flamengo e Corinthians. A diferença nos valores recebidos pelo Athletico, para qualquer clube dos 12 do eixo, é no mínimo 4 vezes menor. Em outras palavras, o que um clube do eixo arrecada com mídia em 1 ano, para o Athletico são necessários cerca de 4 anos somados para se igualar aos mesmos. Para que o Athletico se iguale financeiramente a que Corinthians, Flamengo e Palmeiras dispõe anualmente em seus “cofres”, são necessários no mínimo 6 anos de economias.
Claro que o abismo fica muito maior, se levarmos em consideração as receitas adicionais dos clubes do eixo, em especial os clubes acima citados, com patrocínios e vendas de atletas. A disparidade fica ainda mais absurda.
Some-se ainda, a todas as “benevolências” financeiras recebidas pelos referidos clubes, seus quadros associativos de torcedores, que aumentam substancialmente o poderio financeiro dos mesmos, algo que nem de longe o Athletico consegue obter de seu torcedor ainda. E levemos em consideração também, o fato do Athletico ter plano de sócio mais acessível e barato que os planos do "eixo", que significa menos receita que outros com mesmo número de associados.
O torcedor sempre teve um papel importante nessa divisão de valores. O consumo de produtos do clube, do Sócio-Torcedor (dependendo inclusive dos valores praticados para o associado), o consumo de produtos dos patrocinadores do clube (o que assegura a instituição renovação de contratos de patrocínio de acordo com a boa repercussão de mercado), fazem com que a disparidade diminua e torne menos complicada a manutenção e/ou maior investimento em elenco em cada temporada.
Portanto, para novas e maiores conquistas, é fundamentalmente necessário que o torcedor se engaje em um movimento por mais associados. Quanto maior a receita proveniente de sócios, maior é a confiança do clube para acertos contratuais e pontuais, sobre salários que podem ser pagos ou negociações que exijam recursos maiores que o normal. Em outras palavras, o Athletico só gasta a provisão financeira que tem a certeza estará disponível a curto, médio e longo prazo.
O DIFERENCIAL DE UM GRANDE ADMINISTRADOR
Falar em administração é fácil, viver a "matéria" é o grande e verdadeiro desafio. Qualquer um pode falar que faria isso ou aquilo, poucos conhecem a realidade de estar em uma"mesa", cercados por diversas decisões necessárias, mediante recursos escassos.
Guardada as devidas proporções, vamos analisar o caso de uma família que dispões de R$ 5 mil por mês para suas despesas e outras que dispões de R$ 30 mil. Seria o mesmo que membros da família cobrassem o “administrador” por uma casa nova, veículo novo, melhores condições de vida todo ano, nos mesmos moldes da família que recebe R$ 30 mil.
Insano pensar por esse ponto de vista, mas é exatamente o que ocorre com o futebol.
Diante de tantas cobranças e de valores financeiros tão escassos, o Athletico buscou investir primeiramente em estrutura, para tentar, eu disse tentar, de alguma forma minimizar o abismo financeiro.
Acontece que o Athletico investe seu tempo em uma “plantação”, cultivando dia após dia novos talentos e ainda se submetendo ao risco que os clubes do eixo não precisam de submeter, de na maioria das vezes a maior parte de sua plantação não render o esperado.
A “plantação” do Athletico é monitorada diariamente, de sol a sol, sem intervalos ou descansos, e para isso, o clube dispõe de uma equipe de profissionais, que também é paga, para ter seu objetivo de boas colheitas atingidos no menor espaço de tempo possível.
A NECESSIDADE DE VENDER
O Athletico não dispõe do luxo de pagar altos salários a qualquer atleta de futebol de ponta e mesmo os “fabricados” por sua base de “produção”, quando despontam, acabam flertando com salários astronomicamente muito superiores aos que podem ser praticados pelo clube.
Como o clube não dispõe de verbas justas oriundas de mídia, precisa de alguma forma amenizar o abismo financeiro, para continuar aplicando em sua safra e consequentemente buscar no mercado nomes que supram as posições mais carentes.
A venda de atletas não vale apenas como injeção financeira, mas como suporte para que todo o trabalho siga dinamicamente, para que novos talentos sejam revelados e inclusive, sustentar centenas de projetos sociais do clube. O Athletico de hoje é líder em projetos sociais na América do Sul.
Essa máquina, em perfeito funcionamento, é que possibilitou vermos o Athletico em campo campeão, com pelo menos metade do elenco produzido em suas “dependências”, prova mais do que certa de que aplicar em estrutura, muito antes do que em títulos, foi a medida mais correta e lúcida, nos fazendo acreditar que o futuro pode ser ainda mais brilhante para o Furacão.
Tenha em mente que a boa administração é que mantém o “carro” do Furacão nos trilhos. O trabalho por completo é muito complexo e não cabe nas mãos de qualquer um que se julgue preparado para assumir e administrar, pois, requer discernimento, consciência financeira, competência administrativa, sangue frio para decisões muitas vezes consideradas temerárias por parte da torcida e imprensa e acima de tudo convicção nos projetos desenvolvidos à longo prazo.
Por tudo isso, atualmente, o Athletico é único em sua forma de fazer e administrar o futebol, estando muito a frente do tempo dos demais.
o grande problema não é a continuidade do Presidente MC PETRAGLIA no proximo pleito! O que me preocupa é quem terá a sua capacidade para substitui-lo no FUTURO!!! Isto é o que nos assusta...
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