Ele nasceu grande!
Ele nasceu gigante!
Mas ele era ainda uma “criança” quando o conheci.
Com o nascimento dele, cada um de nós que nasceu após,
nasceu com ele na alma.
Claro que após o nascimento nos descobrimos ao lado dele,
apaixonados por ele e ele embutido em nossos corações.
Um Atleticano é forjado no fogo da dificuldade, das partidas
traumáticas, nos jogos eletrizantes que nos derrubam até os cabelos, confrontos
que palpitam nossos corações a ponto de quase pararem, um Atleticano é forjado
na bravura da própria torcida.
Eu cresci em meio a sonhos de uma criança Atleticana.
Sonhava com status ao clube, queria ver meu time ser grande
e com o tempo esse meu clube amado se tornou grande.
Em 1995 eu já tinha 24 anos e mesmo já sendo um homem
formado, compadecia com meu Atlético na bacia das almas pelas seguidas
tristezas e derrotas, além de anos sem título algum.
Lembro que cada título paranaense era um orgulho, um
desafogo, mas sabia eu que faltava algo. Pensava eu, naquela época, que se
algum dia pudesse ter o prazer de ver o Furacão Campeão Brasileiro, nenhum
título mais importaria, eu me satisfaria em ostentar aquela estrela amarela e
esfregá-la na cara dos coxas.
E quando o Atlético conquistou aquele brasileiro de 95 e a
estrelinha cinza, não me contive, não era o suficiente, mas ao menos eu tinha
um titulo nacional para me orgulhar, mesmo que não fosse o maior, o da série A.
Ah falecido “seu Osvaldo”, que no dia seguinte me disse,
“posso morrer feliz, vi o Atlético Campeão Brasileiro, mesmo que seja da B”.
Contentávamos com tão pouco e nem sabíamos.
Mas sabe como é o coração de uma criança de 24 anos, com a
campanha de 1996, uma luz se acendeu dentro de mim e me disse que poderíamos
finalmente deixar a pequena “vila dos menores” que vivíamos, para sermos
grandes.
1999, então, com estádio novo e com aquela Seletiva da
Libertadores, chorei de emoção em frente a TV, o Furacão era campeão de um
torneio nacional entre os clubes da série A e ganhava uma vaga em uma
competição que eu sonhava tanto vê-lo jogar. Aquele título sempre mereceu uma
estrela.
E esse período foi cada vez mais dourado. Nosso “Presidente”
prometia e nosso “Presidente” MCP, cumpria e em prazo menor do que o prometido.
Lembro bem cada jogo do brasileiro de 2001, em cada lugar
que eu estava em cada jogo.
O sabor daquela conquista posso definir como incomensurável,
a semifinal eletrizante contra o Fluminense, que na época despontava como nosso
maior rival nacional, era um Atletiba contra os cariocas, e quando Alex Mineiro
fez aquele gol, quase no fim do jogo, disse para mim mesmo, É NOSSO, ESSE
TÍTULO É NOSSO!
Mas não me surpreenderia se perdêssemos a final, afinal o
São Caetano tinha um esquadrão de craques, que foi vice-brasileiro 2 vezes e
finalista da libertadores naqueles 2 anos.
Mas para encurtar a história que todos sabemos, quero
registrar aqui os últimos segundos daquela que foi nossa maior conquista.
1x0 para nós, eu estava em pé em frente à TV, não aguentava
mais ficar sentado, eu já me sentia Campeão Brasileiro, mas queria ouvir o
apito final e o Galvão gritando ACABOU!
Minhas lágrimas escorriam de emoção, meus pensamentos
caminhavam longe e quando voltavam diziam: “Você será Campeão Brasileiro, ele
apitará o fim, e você será Campeão Brasileiro”, aquilo não era só futebol, era
minha paixão ganhando o Brasil.
Lembro como se fosse agora, cada gesto, a camisa nas mãos
juntamente com a minha bandeira, e grudei mais ainda os olhos na TV, não
assistia mais o futebol, olhava o cronômetro e o árbitro.
O Carlos Eugênio Simon correu para o centro do gramado
levantou o braço e apitou o fim, e aquela voz que gritava “ACABOU!”, em outras
finais, agora era por nós, torcedores Atleticanos do Furacão.
Galvão soltou o grito da garganta, sob o som do hino mais
belo do Brasil.
ACABOU! ACABOU! O Furacão é Campeão Brasileiro de 2001!
Eu era finalmente Campeão nacional e aquela criança tinha
seu sonho realizado.
O mesmo garoto, agora com 30 anos, que antigamente jogava
seu futebol de rua com uma camisa surrada do Atlético e dizia a todos que
naquele campeonato de rua era o Atlético jogando. Aquela criança que ainda
vivia em mim, não precisava mais disfarçar sonhos, pois os gols eram reais, as
vitórias também, bem como o título, não era mais só uma brincadeira de criança.
Agora sim eu era Campeão Brasileiro de verdade.
Aquilo já me bastava, eu tinha minha estrela na camisa.
Mas o tempo passou e ficamos cada vez maiores, e porque não
sonhar com mais?
A cada ano meus sonhos se refaziam, fomos vice do Brasil,
chegamos a final da Libertadores, fomos vice da Copa do Brasil e chegamos
novamente perto de mais um título
Brasileiro.
Somos grandes, somos cada vez maiores, mas ainda acho que
podemos ser Gigantes.
Acredito nisso, acredito no futuro do Atlético, e nas mãos
certas seremos sim, GIGANTES.
Não importa se esse mundial levará 10 anos para vir, o
importante é que venha, e temos uma única chance para isso.
Quero chorar novamente em frente à TV, com minha camisa e
minha bandeira, basta você torcedor Atleticano ajudar.
E sabe porque?
Por que nascemos GIGANTES!
Por isso sou CapGigante!
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