quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Atlético - Recordar é Reviver: Cheque Sem Fundo



Essa história foi contada dias atrás por um torcedor e por acaso tomei conhecimento em um bate papo com amigos. Corri atrás das informações e dos fatos verdadeiros e divido com vocês essa pérola.

Meados da década de 80, Santo Antônio da Platina, Restaurante Platinão. Era comum a passagem do ônibus do clube por aquele restaurante nas viagens principalmente para Santo Antônio da Platina, Cambará, Bandeirantes. Após uma das partidas na região o clube parou no restaurante para o almoço dos atletas. O almoço foi pago com cheque do clube, mas o clube não teve como cobrir o cheque e dias depois o mesmo foi devolvido. O dono do restaurante apelou para uma prática comum na época, expor o cheque em uma vitrine a frente do caixa para que os maus pagadores ficassem conhecidos. 

Naqueles anos, a renda dos jogos era praticamente o único meio de arrecadação de receita para custear as despesas do clube, com folhas salariais, despesas com a logística (hotéis, hospedagens, almoços, combustível, deslocamento), uniformes, entre outras ações. Mas as rendas eram pífias, público mesmo só nos grandes jogos. Na maioria dos jogos que eram contra clubes do interior e de menor expressão, a participação do torcedor era irrisória, chegando a uma média de público de 1500 a 2000 torcedores e as vezes até menos. Dinheiro nesses anos de penúria era raro de se ver. 

O restaurante tinha um frequentador assíduo, Paulo Francisco Veiga, Atleticano fanático e atualmente embaixador do clube no interior. Em uma de suas passagens pelo local, Paulo viu o cheque “enfeitando” a vitrine. 

Sempre que aparecia no restaurante Paulo se deparava com o cheque ali exposto. O tempo passou e certo dia cansado de ver o nome do seu clube de coração exposto para todos de forma negativa, Paulo fez uma proposta ao dono do restaurante que acabou negociando o cheque abaixo do valor da época. 

“Não lembro o banco do cheque e nem o valor, acho que era Bamerindus, mas foi uma forma de ajudar meu clube, afinal sou Atleticano desde criança”. “Infelizmente em meio as mudanças acabei perdendo o cheque”. Conta Paulo.

Paulo nunca procurou o Atlético para cobrar o cheque e contou o fato apenas para alguns amigos. A poucos dias fez uma visita ao CT do clube e vendo o que o Atlético se tornou, trouxe à tona essa história demonstrando a todos os torcedores um verdadeiro exemplo de amor ao Clube Atlético Paranaense.

Qual torcedor nos dias de hoje pagaria uma conta do clube sem pestanejar, sem reclamar?
Poucos pagaram, poucos pagariam! 

Infelizmente nos dias atuais, o torcedor reclama até mesmo de pagar uma mensalidade de sócio do clube. 

Quem seria capaz de se doar pelo clube de coração, colocar a mão no bolso e resgatar uma dívida do Furacão?

Parabéns Paulo, é de Atleticanos com esse espírito e amor que o clube necessita para um futuro cada vez mais brilhante.


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