quarta-feira, 9 de agosto de 2017

O PRIMEIRO FURACÃO AFRICANO

Você pode até achar algo simples, sem os devidos méritos, mas quando leio notícias de que o Barcelona, o Real Madrid, os Manchesters, Porto, Benfica e outros clubes europeus estão enlouquecidos pelo mercado africano de atletas é que vejo a racionalidade do Projeto de se juntar aos clubes acima e buscar a "colonização" do futebol daquele continente. Tudo deve ter um começo e o começo dessa história com a África já é brilhante e em forma de ação social. 

Claro que se fosse o Corinthians ou o Flamengo, a imprensa nacional estaria dando méritos gigantescos aos clubes do eixo. Claro que não há como concorrer em outros países europeus com clubes já consagrados, mas ao optar por uma parceria no continente africano, o clube demonstra o interesse de buscar alternativas e ao mesmo tempo mostrar ao mundo que se importa com o fator "humanismo", além de entrar para o seleto grupo de clubes que estão presentes na África.

Só pelo fato de ser o primeiro clube brasileiro a iniciar uma parceria naquele continente já é motivo de orgulho para a nação Atleticana e estar focado em um projeto em que os maiores do mundo também já se dedicam é mais um motivo para termos a certeza de que o projeto terá ótimos resultados. Esses resultados não virão agora, levará tempo, mas todo projeto ambicioso deve ter um inicio e quando estivermos colhendo esses frutos, todos saberão que ele se iniciou pelo Quênia.

O Barcelona já iniciou seu projeto de escolas na África no ano passado. O Real Madrid compôs seu projeto inovador e como dispõe de muito dinheiro está levando adiante uma ideia ambiciosa do clube. Se eles estão nesse caminho e acreditam em um futuro promissor, porque desmerecer o nosso clube por alcançar tal objetivo? Devemos dar valor ao que nos pertence e as nossas conquistas, um grande clube começa com a valorização oriunda do seu torcedor.

Tanzânia e Uganda são os próximos objetivos das Escolas do Furacão. E cabe aqui uma observação: Você sabia que o Atlético detém o recorde de público em um jogo na Tanzânia? Não sabia? E que superou inclusive a seleção brasileira nesses números? 57 mil pessoas. Mas essa história contarei em breve em outro post.

O Atlético Paranaense é o primeiro clube do Brasil com uma escola de futebol na África. Desde o dia 21 de julho, está em atividade a Escola Furacão no Quênia. Ela fica no vilarejo de Mugae, próximo à cidade de Meru, na "Escola Primária Sustentável" mantida pela ONG Endeleza. A ONG é parceria do Rubro-Negro e da FUNCAP neste projeto.

Representantes do Clube foram até o Quênia no último mês e levaram os kits com uniformes, chuteiras, bolas e materiais de treinamento. Integraram o grupo o coordenador da Escola Furacão, Christian Korgut, o segundo secretário do Conselho Deliberativo, Roberto Bonnet, e a conselheira Cláudia Sovierzoski.

“Quando nós chegamos em Meru, fomos recebidos por 235 crianças. Poucas vezes eu me senti tão emocionado. A alegria e a receptividade foram magníficas”, conta Bonnet. “Fizemos uma cerimônia de inauguração muito bonita, com a comunidade, os pais e os professores”, acrescentou.

Foram distribuídos 50 kits com uniformes, 20 bolas, materiais de apoio para os treinamentos e 35 chuteiras, arrecadadas através da campanha “Furacão Solidário”, em parceria com a Samaritan’s Feet Brasil. “A satisfação das crianças foi enorme. Elas apalpavam as chuteiras para ver se era algo verdadeiro, pois nunca tinham visto uma”, contou Bonnet, que também distribuiu chocolates e doces.

Para Christian Korgut, a inauguração também foi uma oportunidade para divulgar a marca do Clube. “Foi muito gratificante levar o Atlético Paranaense a um continente diferente, a outra cultura. Voltamos com a certeza de que aquelas crianças nunca mais vão esquecer aquele momento e possivelmente já têm um clube no coração deles”, ressaltou. “Fizemos atividades para que continuassem com a alegria de jogar futebol, mas que também aprimorassem agilidade, habilidade, tempo de reação e tomada de decisões”, completou.

A conselheira Cláudia Sovierzoski ficou impressionada com a recepção e o impacto do projeto da Escola Furacão. “Foi uma viagem indescritível. Fomos recebidos com uma alegria geral. Mesmo com uma estrutura muito precária, eles são muito alegres. Mostrei a eles no meu celular imagens de jogos e do estádio, e eles ficaram encantados. Já são atleticanos de coração”, disse.

Para Roberto Bonnet, a primeira Escola Furacão na África abre caminhos para outras unidades no continente. “É uma forma de internacionalizarmos a marca do Atlético Paranaense e da FUNCAP. E já estamos com a oportunidade de abrir outros polos, no próprio Quênia, na Tanzânia e em Uganda, que já estão interessados na abertura de novas Escolas Furacão”, concluiu.

 

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