sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Irresponsável, Épico e Espetacular

Que geladeira? A Baixada ferveu ao extremo. Tendenciosos fizeram coxisse batendo fotos, alegando que a Arena estava vazia, foram desmentidos. Estádio vazio era quando jogávamos para 900 pessoas. 9 mil apaixonados estiveram presentes e no 2º tempo se multiplicaram por 3, empurrando o Furacão. Raiva, delírio, êxtase, superação, do céu ao inferno e vice-versa de 5 em 5 minutos. Um jogo histórico. Eis a magia do futebol. Em 4 décadas, jamais havia visto um jogo como Atlético 5x4 Tubarão. Fiquei sem voz. Fui para casa irritado e eufórico. Noite de futebol esplêndido, jogado de forma limpa por ambas as equipes do começo ao fim.

Para quem pensa só em resultado, meus lamentos, perdeu um espetáculo, algo inesperado e inimaginável. Nem bem o árbitro apitou e o Furacão partiu para cima com passe de Guilherme para Ribamar que desperdiçou. Aos 6´ Guilherme arriscou de fora para defesa de Belliato. Susto! Atacante do Tubarão perdeu gol ao furar na hora do chute. As desconfianças surgiam. 9´ Jonathan recebe livre, demora para chutar e o zagueiro do Tubarão evita o gol. Ribamar era acionado, mas sem ritmo perdia o tempo da bola e desperdiçava chances. Aos 26´ Ribamar livre, perde chance inacreditável de cabeça. O Furacão jogava bem mas pecava na finalização. 

29´ Rossetto desperdiçou de cabeça. Ribamar faria a torcida perder a paciência outras 3 vezes até aos 40´ quando Guilherme tentou de fora, mas bateu fraco. 42´ Ribamar chuta fraco. 43´ Guilherme recebe “presentão” na marca do pênalti, mas chuta fraco recuando nas mãos do goleiro. A torcida endoidou com os tiros murchos. Aos 44´ Guilherme deu uma calibrada melhor no chute e obrigou Belliato a bela defesa. 1º tempo de um time só. Ribamar criticado pela torcida foi substituído por Bergson no intervalo. Mal sabíamos que o 2º tempo nos reservava emoções em avalanches, 50 minutos épicos que jamais serão esquecidos.
Foto: Thiago Recchia - 2014 / e / Miguel Locatelli - Site Oficial
O Tubarão chegou com perigo logo a 1` surpreendendo a zaga do Furacão. Bergson aos 4´ mostrou pontaria com uma cabeçada que passou perto. Aos 6´ a Arena explodia de alegria. Guilherme para Rossetto, que cruzou rasteiro com finalização de Bergson. Gol do Atlético. Logo após o gol a tormenta começou. Santos sai perdido do gol e quase o Tubarão empata. Aos 10´ o Tubarão empatou. Matheus Barbosa subiu de cabeça no meio de 5 Atleticanos para empatar. Aos 14´ Carleto, arriscou de fora, a bola passou perto. A torcida jogava junto com o time fervendo o Caldeirão. O jogo era muito bom, o ataque fluía, a preocupação era a defesa que deixava brechas e espaços.

Aos 18´ Batista subiu em meio a TH e Carleto e cabeceou no ângulo para virar o jogo. A torcida mesmo descontente jogava junto, cobrando, mas jogava com o time. Diniz colocou Lucho no lugar de Wanderson. Lucho entrou e a defesa se abriu ainda mais, mas por outro lado Lucho fazia a bola chegar a frente constantemente. Aos 20´ contra-ataque dos catarinenses em que Santos salvou milagrosamente com os pés o Atlético de tomar o 3º gol. Aos 21´ Carleto aproveitou rebote, mas foi para fora. Diniz então chamou Pablo para entrar e a torcida chiou pedindo Gedoz. Aos 24´ Bergson chutou, Belliato não segurou e Rossetto encheu o pé empatando. 2x2. 

Festa na Baixada, estádio inteiro cantarolando. Era tenso, mas era bom! Diniz recuou e não colocou Pablo no jogo. O Furacão martelava, até que aos 29´ Nikão cabeceou para trás, Guilherme tenta uma bicicleta e é puxado na área, pênalti incontestável. 31´ Guilherme cobrou e marcou, Atlético 3x2. E você pensa que tudo ficaria sob controle, ledo engano. Ainda comemorávamos quando aos 33´ Lucas Costa subiu no meio de 7 e outra vez de cabeça empatou. 3x3. E claro, a revolta tomou conta da torcida. Como podíamos tomar um gol de cabeça atrás do outro? Aos 35´ Bergson recebeu na área e bateu cruzado, a bola passou perto. Poderia ficar pior? Poderia! 

Aos 39´ o Tubarão puxou contra-ataque veloz aproveitando falha da zaga, Thiago Heleno tomou drible desconcertante e ficou sentado, enquanto Daniel Costa marcava o 4º do Tubarão. Desespero Atleticano, que não parou de cantar, gritar e empurrar o time. Os pedidos por Gedoz ecoavam pela Baixada, quando aos 41´ Belliato fazia defesa espetacular salvando o Tubarão de tomar o empate. O jogo não parava! Nikão desviou de cabeça e Jailton foi tentar tirar mas jogou contra o próprio gol, Belliato salvou. Que jogo! Aos 42´ explode a Baixada, Gedoz entra no lugar de Rossetto. O Furacão foi para o abafa.

Aos 45´ a bola sobrou nos pés de Nikão que fez levantamento na cabeça do general que com toque sutil empatou o jogo novamente. 4x4. O Estádio veio abaixo, corações palpitavam de emoção, eram sentimentos misturados, todos se abraçando, cantando, gritando. 1 minuto após o gol de empate, Paulo André tenta afastar o perigo, a bola acerta o atacante do Tubarão e quase entra, por pouco não saiu o 5º do Tubarão, Santos estava atento e fez grande defesa. Em meio a loucura da torcida o inesperado aconteceu para de uma vez por todas matar o torcedor Atleticano do coração. O Furacão não aliviou!

Aos 47´ Carleto recebeu na esquerda, fez ótima jogada e ajeitou na medida para Gedoz desferir um pombo supersônico, a bola acertou o travessão batendo dentro do gol, um golaço, uma pintura, uma obra de arte, um canhonaço que fez o coração Atleticano sair pela boca, ser pisado e devolvido ileso a seu devido lugar. Era o desafogo, era o inacreditável, o surreal, a mágica, a surpresa, o fechar com chave de ouro de uma noite fabulosa para o futebol, fabulosa para o coração Atleticano, ao mesmo tempo estressante, uma noite para ficar na história do futebol do sul do país. 

33 finalizações, 68% de posse, 95% de passes certos, média de clubes europeus. Um jogo de arrepiar como há muito não se via. Um ataque fulminante, precisamos acertar a defesa e prestar atenção ao velho problema de bolas aéreas. Carleto fez uma partida espetacular, proporcionou maioria das finalizações e gols. Bergson entrou com estrela e se falando de estrela Gedoz entrou com a sua na chuteira. Rossetto impecável. Lucho ajeitou o ataque mesmo estando em lugar errado, foi jogado no fogo e deu conta do recado. Não vou falar daqueles que não estiveram bem, mas fiquem espertos, busquem melhor preparação para não termos mais sustos.
 
Melhores Momentos
 
 
 

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