Domingo começa a disputa das finais do paranaense 2016.
Atletiba com cara de anos 80, e sabe porquê?
Nos anos 80 a situação das duas equipes era inversa, o coxa
tinha melhor saúde financeira, estava sempre bem, com grandes contratações,
tinha seu estádio, tinha marketing e tinha o necessário para se destacarem
sempre como os favoritos e sempre eram os favoritos nos clássicos e finais.
Por outro lado, nosso Atlético sofria na bacia das almas.
Não havia dinheiro para nada, enriquecíamos os coxas jogando
continuamente no estádio deles, não podíamos disputar clássicos na Baixada e
quando fomos para o Pinheirão, o clube foi definitivamente enterrado em
dividas, enriquecendo a Federação.
Não havia nem mesmo dinheiro para mandarem lavar os
uniformes, era comum os jogadores levarem para casa e providenciarem o
tratamento carinhoso no manto sagrado do Furacão.
Eram tempos difíceis, mas de futebol belo, raçudo.
Eles vinham cheio de pompas e nós em nossas dificuldades e
humildade, arrebentávamos eles.
Eles não compreendiam como era possível terem times tão bons
e apanharem continuamente do Atlético. Chegavam como favoritos e muitas vezes
se despediam dos Atletibas embaixo de um sonoro Olé, altamente cantado por
nossa torcida.
Nosso time não era, na maioria das vezes, técnico, mas tinha
alma, amor à camisa, tinha uma raça sobrenatural e sem igual, era paixão pura
em campo por cada bola.
Isso era Atlético!
Essa final me levou a relembrar grandes jogos, inclusive um
jogo, talvez em 1988, onde o Atlético estava fora das finais e o Coritiba
dependia do resultado, precisava ganhar.
Embaixo de muito frio e chuva, nosso time tecnicamente inferior,
se retrancou de tal maneira que não passava do meio campo. O medo de uma
goleada era grande, mas acima de tudo éramos Atlético e sabíamos que nossos jogadores
não se entregariam. Para nós aquele jogo valia o título, ganhar deles era
melhor do que ser campeão.
E foram inúmeras chances desperdiçadas por eles, Marolla fez
vários milagres, bolas na trave e eles não conseguiam marcar.
De repente, em meados do segundo tempo, um único chute de
Nivaldo do meio da rua, a bola bate na grama encharcada, enganando o goleiro
deles e vai morrer no fundo das redes,
Era o gol do Atlético em um único chute a gol, o suficiente
para ganharmos deles por 1x0 e deixarmos um estádio inteiro pasmo. A festa foi
maravilhosa.
E em 1990 então!
Conquistamos um empate no primeiro jogo nos pés de Dirceu, e
o empate bastava no segundo jogo. Saímos na frente com Dirceu e sabíamos que
não podíamos amolecer, mas no final do primeiro tempo a superioridade técnica
deles prevalecia, viraram o jogo para 2x1. Nosso time sentiu, mas nossa torcida
não desistiu do time e em uníssono gritava sem parar empurrando o time do Atlético
pra cima deles. Então eles sentiram e fizeram um gol antológico contra a nosso
favor sem nenhum jogador Atleticano encostar na bola. Nossa torcida foi à
loucura definitivamente e eles pareciam não ter mais forças. Metade de “lá” do
estádio não acreditava no que via. Um garoto ao meu lado virou as costas para o
jogo e começou a chorar e rezar até o apito final. Que loucura! Éramos campeões,
tirando um empate com sabor de vitória do fundo dos nossos corações e em
conjunto, time e torcida.
Quem “viveu” aquela final lembra-se bem dos fatos que a
tornaram inesquecível para nós Atleticanos.
Nessa final eles são favoritos como naquela época, mas temos
a nosso favor o sobrenatural de nos superarmos e fazer valer nosso amor, nossa
camisa.
Temos nossa torcida fanática e que tem também a obrigação de
encarnar àquela torcida, empurrando o time do começo ao fim e quem sabe assim,
no outro domingo, lá no estádio deles, podermos dar a volta olímpica como
campeões de 2016.
Domingo vamos para cima deles com o que temos de melhor,
nossa torcida e nossa raça.
GRITE: EU SOU FURACÃO E AJUDE O ATLÉTICO A SER CAMPEÃO!
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