quarta-feira, 6 de junho de 2018

PETRAGLIA E A INGRATIDÃO ATLETICANA

Por esses dias resolvi “revisitar” um pouco da história do passado do Atlético.

Para quem não sabe, tenho meu acervo da história do Atlético, que vai desde recortes de jornais, passando por revistas das mais diversas, itens de colecionador, chaveiros, camisas, fotos originais da década de 1950, imagens em dvd com jogos memoráveis, como contra São Paulo e Flamengo de 1983, cds como por exemplo, a campanha de campeão em 2000 narrada por Linhares Junior ou as memoráveis campanhas de 82, 83 e 85, que também estão eternizadas nos 3 vinis originais em minha estante e até mesmo fotos e jornais da Fanáticos, como o de aniversário de 16 anos da organizada.

Que tenho conhecimento, apenas o grande e estimado professor Heriberto possui um acervo maior que o meu, acervo esse que tive o prazer de ver e folhear, mas também sei que tenho centenas de itens que o mesmo não possui em sua coleção.

Ao revisitar o passado Atleticano, pude rever inúmeras matérias sobre os sacrifícios que estavam sendo feitos entre 1997 e 1999, para que a monumental Arena da Baixada fosse construída. Pude constatar também o excesso de exigências de uma torcida que cobrava mais do que ajudava, e não foram poucas as reclamações em um dos períodos mais vitoriosos da história do clube. Tudo registrado em recortes.

Em 15 de abril de 1999 por exemplo, uma partida disputada entre Atlético x Iraty, pelo campeonato paranaense daquele ano e vencida pelo Furacão por 2x1, levou apenas 268 pagantes ao pinheirão. O Atlético havia sido campeão no ano anterior, nas lendárias finais de 1998, onde houve a quebra de público e eternizado para sempre como o maior do estádio, quase 45 mil torcedores e é desse tipo de festa e torcida que o torcedor lembra apenas. Mas refrescar a memória de todos é importante para que o torcedor aprenda a amar mais o Atlético do que a julgar seus comandantes.

Além do público irrisório e pífio de 268 pagantes, a média daquele campeonato foi também absurdamente baixa. Prova de que as pessoas lembram apenas do que querem lembrar, ou contam mentiras 1000 vezes até que se tornem realidade nas mentes menos privilegiadas. E tínhamos um bom time, time que viria a ser campeão da Seletiva da Libertadores no mesmo ano e alguns jogadores que levariam para Baixada os estaduais de 2000, 2001 e 2002, além do brasileirão de 2001 e que disputariam a primeira Libertadores da história do clube em 2000.

Nesse período de esforços e sacrifícios exorbitantes, Petraglia erguia a primeira Arena da Baixada, na época já o estádio mais moderno das Américas. Por incrível que pareça, quando citou algumas frases ao final de 1995, após a conquista do título e acesso da série B para a série A, todos chamavam MCP de sonhador, iludido. A torcida além de não apoiar dentro do estádio, pois falhava constantemente com sua presença, já demonstrava sinais dessa falácia que vemos atualmente.

O Coxa foi o campeão estadual daquele ano de 1999, eliminando nas semifinais o Atlético do desconhecido Kleber Pereira, que para a maioria não tinha condições de vestir a camisa do Atlético.

MCP não desistiu de buscar recursos e realizar um dos maiores sonhos do torcedor Atleticano mais fanático e ergueu o estádio aos olhos de um Brasil boquiaberto. Como aquele Presidente havia conseguido tal feito em um futebol brasileiro pobre financeiramente? É, mas ele conseguiu! E após esse fato, passou a zelar ainda mais do futuro do Atlético.

Voltando um pouco mais no tempo, lembro com exatidão do Atlético abandonado pela torcida, mas que nunca é assumido pelo torcedor. Tenho uma matéria da época que apontava o Atlético como o time de pior média de público no brasileirão de 1991 e pasmem, que exaltava os tempos da Baixada de média de 3 mil pagantes por ano. Nos anos seguintes, o esvaziamento e o abandono do clube por parte do torcedor foram ainda maiores, que apenas se manteve vivo pelas mãos de heroicos e corajosos dirigentes, que tiravam de seus bolsos para sustentar o já falido Clube Atlético Paranaense. Vários dos que hoje denigrem MCP, naqueles anos não se manifestavam nem para as vaquinhas em prol do sustento do clube, se esquivavam

Quando escrevo alguns questionamentos, não o faço sem provas, pois tenho em mãos a história para certificar o que escrevo e a memória das tardes e noites de Pinheirão que me deixavam frustrado quando olhava as arquibancadas.

As glórias não vieram por acaso e MCP dizia em 1999 que queria ver o clube ultrapassar as fronteiras para começar seu projeto de conquista das Américas. Muitos riram, pois, aquele clube não tinha ao menos um título nacional de peso para pensar que poderia conquistar as Américas. Todos conhecem a história a partir desse ponto e o fato em si só não se realizou por manobras de bastidores em 2005.

Em todos estes anos, MCP e seus colaboradores nunca deixaram de modelar e remodelar o Atlético. Temos hoje um CT que passou por inúmeras transformações absurdas, tornando-se um dos mais modernos do mundo. E dentre tantas coisas, criaram uma categoria de base invejável e vitoriosa, exemplo para o mundo, com o maior número de escolas de futebol e projetos sociais do planeta espalhados pelo mundo, além de um segundo estádio no lugar do anterior.

Sobre o segundo estádio, os comentários de muitos Atleticanos e das mídias eram de que MCP jamais conseguiria realizar tal impossível projeto e que a Copa em Curitiba era pura ilusão, pois não se concretizaria. A conversa sempre foi a mesma, apenas mudando as datas de seus acontecimentos.

MCP foi mais além e disse querer ser campeão mundial até 2024 e para isso iniciou um trabalho de reformulação completa, onde sacrifícios devem ser feitos novamente, para que tal honraria possa se tornar realidade em um futuro próximo. Mas ao invés do torcedor colaborar, novamente atira cotidianas pedras de insatisfação, não quer entender que para a realização de um sonho é necessário ser audacioso, renovador e fazer sacrifícios.

A ingratidão Atleticana me espanta, muito mais por conhecer o passado e ter visto várias vezes o mesmo filme repetidamente do “não conseguirá com esse tipo de administração do futebol”, do que pela dificuldade do objetivo em si.

O Atleticano é ingrato, esse mesmo Atleticano que diz que lotava a pequena Baixada, o Pinheirão, ou qualquer outro estádio de Curitiba e na verdade, raras foram as vezes que lotou.

Quem tem memória curta pode perecer no futuro, e tenho receio para qual rumo esses falacianos de internet podem nos levar futuramente. Quando interromperem esse processo de evolução, com total certeza, levarão o clube novamente ao ostracismo e daí irão implorar por união, união essa que será tarde demais e então, apenas um novo Mario Celso Petraglia, com punhos de ferro, poderá levantar o clube novamente. Mas quem pode garantir que isso é possível?

A história não mente jamais!

O passado deve servir de lição, enquanto é tempo, para que os sonhos de uma nação não caiam em mãos erradas e acabem definitivamente!

Acreditar é o primeiro passo para uma grande vitória!

Sua descrença e seu pessimismo não nos levam a nada e pior, só nos colocam ainda mais derrotados em todos os campos de batalha!


3 comentários:

  1. Os mais velhos lembram destes fatos mas a geração arena quer saber é de time bom e ingresso barato e a maioria dos sócios vai decidir se continua ou não está diretoria.Se a eleição fosse hj...sei não mas a insatisfação entre os torcedores é grande pelo que tenho visto nas cadeiras da arena.

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  2. Gratidão e reconhecimento à parte! Vamos ao que tem interesse preponderante no momento. Por muito menos vi técnicos com desenvoltura pífia como a do atual e teimoso Fernando Diniz serem dispensados. O que a atual diretoria espera de seus associados, que peça de joelhos uma mudança? Por favor sou um otimista, torcedor com amor fervoroso do meu Furacão, mas quando as coisas não estão funcionando, como em qualquer empresa, se exige que seus administradores tomem medidas duras e tempestivas para que não se desvie do seu principal objetivo. Vamos lá, ainda dá tempo! SRN

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  3. Não é somente a questão de criticar, é o fato de que hoje temos um time que não consegue nem jogar contra os pequenos, pelas insistentes falhas do técnico Fernando Diniz. Se o atlético está em uma situação de "briga" com o seu torcedor a culpa é sim do Sr MCP pois cobrar o valor que vem sido cobrado nos ingressos, para que jogadores sejam improvisados em posições completamente ridículas, não é uma vergonha e sim um tapa na cara do torcedor. E um último ponto, mas não menos importante, é a insistência de se livrar de jovens promessas como João Pedro, para termos em campo ex jogadores como Guilherme, ressalto meu argumento, isso é um tapa na cara do torcedor rubro-negro

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