Em um "vale a pena ler de novo", hoje postaremos "O homem que atendeu o último pedido de Jofre Cabral" e amanhã "Quem é maior que Petraglia".
Desde já parabenizamos MCP, o eterno presidente do Furacão por mais um ano de vida.
O Homem que atendeu o último pedido de Jofre Cabral
Imortal Jofre Cabral.
Talvez o maior dos Atleticanos de todos os tempos.
O torcedor que literalmente morreu do “coração” pelo seu
clube de coração.
Um fato que se deu em Londrina no jogo contra o Paraná de
Londrina. O Atlético precisava da vitória para ser campeão de 1968 e vencia o
jogo por 2x1, o Paraná empatou e o coração de Jofre não aguentou e o mesmo
acabou falecendo, após o fato os jogadores, abatidos com a tragédia cederam o
terceiro gol ao time londrinense.
Jofre queria um Atlético imponente, um Atlético nacional, um
Atlético que fizesse frente aos grandes do eixo Rio - São Paulo.
Jofre tirou o Atlético da segunda divisão do campeonato
paranaense em uma “virada de mesa” histórica e se propôs a trazer estrelas
nacionais para compor o esquadrão rubro negro.
Nomes como Belini, Dorval, Djalma Santos, Zito e Pepe,
compunham um timaço que encantou nossas terras durante o ano de 1968, batendo
até mesmo o imbatível Santos de Pelé.
Jofre antes de morrer fez seu pedido único e memorável:
“Nunca deixem meu Atlético morrer”!
Após a morte do grande Presidente de 68, o Atlético
novamente começou a sucumbir pelas tabelas. Viveu o marasmo da década de 70,
década que apenas sobreviveu.
Viveu mais baixos do que altos na década de 80, alguns
títulos estaduais e um 3o lugar histórico no Campeonato Brasileiro
de 1983.
Mas a pobreza começou a tomar conta lentamente daquele que
já era tido como o clube de maior torcida do estado.
A saída da eterna Baixada comprometeu ainda mais a “saúde”
do Furacão que nem mais parecia uma brisa de tão fraco e impotente que se
encontrava.
No início dos anos 90 era comum ouvir nas rádios e ler nos
jornais sussurros de possíveis fusões do Atlético com qualquer clube que se
candidatasse a tal “negócio”.
Nem mesmo à volta para a velha Baixada concretizada pelo
então presidente José Carlos Farinhaki, despertou o clube para um novo tempo.
O que sonhávamos ser algo que mudaria a história do clube,
não passou de sonho e o clube se desgastava mais tentando liquidar as dívidas
exorbitantes contraídas ao longo das gestões anteriores.
Hussein Zraik apareceu como salvador da pátria, mas aqueles
que viveram o ano de 1995 sabem que foram mais palavras e promessas do que
realizações.
O Atlético estava morrendo aos poucos.
Já na UTI do desespero levou mais uma bordoada sonora com a
goleada imposta pelo rival.
Um lamento, um pranto uníssono, ecoava pelo Couto Pereira
naquele dia.
Naquele dia o Atlético havia definitivamente morrido.
Eis que dos céus ouvimos a voz de Jofre Cabral: “Nunca
deixem meu Atlético morrer’.
Levantamos como guerreiros com machados e lanças em punho e
cantamos nosso amado hino de guerra o hino do Clube Atlético Paranaense.
Eu estava lá, com a mão no coração, cantando também, mas,
contam os torcedores de radinho, que foi uma das coisas mais emocionantes
ouvidas nas rádios de Curitiba.
O som era altíssimo, cobria vozes de narradores, repórteres
e outra torcida qualquer.
E junto com o hino ecoava a voz de Jofre: “Nunca deixem meu
Atlético morrer”!
Essa voz foi ouvida em todos os cantos do estádio Couto
Pereira, foi ouvida pelos corredores do estádio, pelas arquibancadas, pelos
vestiários, o eco era tão ensurdecedor que invadiu as cabines de rádio e tv,
passando por cabos e periféricos e chegando no mais longínquo extremo do Estado
do Paraná: “Nunca deixem meu Atlético morrer”!
Esse eco fez uma breve parada nos ouvidos e coração de um
dos Atleticanos mais fanáticos que conheci.
O homem não quis saber o quanto sofreria para ressuscitar e
dar vida nova ao Furacão.
Não perguntou quanto teria que aplicar de seu dinheiro e nem
perguntou quem aprovaria ou não aprovaria, simplesmente “virou a mesa” como fez
Jofre Cabral e mudou a regra do jogo.
Aos poucos reconstruiu nossa paixão, nos devolveu nosso Atlético
pulsando cada vez mais forte e nossos corações disparando novamente de alegria.
De um ano para outro devolveu a goleada ao nosso rival
enfiando goela abaixo deles gols em uma virada sensacional e um show
inesquecível com placar de 5x2.
O sarro que tínhamos que engolir por causa da estrela
amarela ficou pelo meio do caminho, tínhamos uma melhor, mais nova e mais
bonita que a deles e sem saldo negativo de gols.
Nos tornamos internacionais, fortes, imponentes, épicos,
finalistas da Libertadores, chegamos bem perto de Tókio.
Ahh... Se não fosse a malandragem e a picaretagem paulista,
teríamos entrado no avião para sermos campeões contra o Liverpool.
Nosso Atlético não morreu e o sacrifício feito por aquele
Presidente fanático que morreu no estádio em Londrina pelo Furacão não foi em
vão.
Pena Jofre Cabral que você não esta presente em corpo para
ver o que somos hoje.
Mas agradecemos Jofre Cabral, pois tenho a certeza que de
alguma forma você de onde está, colocou em nosso caminho o homem que fez
milagres e “Não deixou o Atlético morrer”!
Acho que você tem orgulho dele e do que ele fez pelo seu e
pelo nosso Furacão.
Mario Celso Petraglia, o homem que atendeu o último pedido
de Jofre Cabral: “Nunca deixem o Atlético morrer” e o Atlético não morreu, está
mais vivo que nunca e com muitos projetos ainda por realizar.
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