segunda-feira, 19 de junho de 2017

Baixada: A Negatividade afogando o Furacão

Você, no mínimo, está esperando que eu acompanhe toda a torcida e toda a imprensa paranaense de uma forma geral, inclusive aquela rádio que sempre aumenta a tragédia mais do que o normal? Mas não, não vou acompanhar ninguém e nem vou fazer as palavras deles as minhas. Muito menos daqueles que brigam politicamente ou daqueles que defendem ou denigrem jogadores. Não, não vou acompanhar o raciocínio de ninguém.

Como todo Atleticano que ama o clube, fui a Baixada esperançoso por um grande jogo, uma grande vitória. O bom jogo contra o Flu, apesar dos pesares, deixou-me com uma boa impressão. Mas vou ser sincero, minha intuição que nunca falha, já me comunicava que algo não estava certo. Ao entrar em nosso templo, não senti a euforia e nem tão pouco a alegria que sempre senti em outros momentos. Talvez o frio de Curitiba ou a frieza da torcida, não sei, me fez sentir no lugar errado, mesmo estando no local certo.

A cada passo, sentia que uma nuvem negra pairava sobre a Baixada, antes mesmo da bola rolar. Aquela sensação de que as coisas não estavam no devido lugar. Explico: Todos sabemos que somos energia, que emitimos energia. Todos sabemos que existem os dois lados da energia, a POSITIVA e a NEGATIVA, pois bem, embora eu quisesse acreditar em um bom resultado, sentia de cara uma energia negativa indescritível. Eu estava realmente incomodado.
Foto: Site Oficial

Início de jogo e logo no primeiro passe errado, um torcedor ao lado xingou! Já fiquei “p” da cara! O torcedor não esperou nem mesmo o jogo iniciar para reclamar. Até os 10` o jogo foi equilibrado, mas a partir daí o Furacão começou a pressionar. O nervosismo era visível, todos queriam resolver e marcar o gol logo para tirar o peso das costas. Não se via mais os passes curtos do tempo do Autuori que ajudavam a equipe equilibrar o meio. Acho que a torcida reclamou tanto, que isso foi extinto do time e foi fatal. 

As bolas levantadas eram constantes, de todas as formas, em todo o campo. A bola não parava no chão, o jogo era feio no sentido técnico, bom na pressão, mas feio no decorrer. Muitos passes errados, bolas nas canelas e pressão atabalhoada que acabou custando caro. Rossetto errou e no contra-ataque em alta velocidade o Santos fez 1x0. Claro que a torcida não perdoou e se já não incentivava o time, enraiveceu de vez. O time foi para cima desesperadamente, nervosamente, buscando o gol de empate.

As bolas espirravam aqui e ali, a bola não entrava, todos os rebotes sobravam de bandeja nos pés dos santistas. Para eles tudo dava certo, qualquer lance, qualquer jogada, qualquer bola levantada caia nos pés deles e nossa torcida gelava o caldeirão cada vez mais. As vaias eram constantes, o time parecia ter perdido as forças, jogadores que não erram começaram a errar o tempo todo e a arbitragem, ah essa arbitragem, vestia Preto e branco.


Foto: Site Oficial
O Santos abusava de faltas duras e não era amarelado. Rossetto tentou diminuir o placar, mas a mão salvadora proposital de Lucas Verissimo impediu a bola de passar, tudo sob o olhar atento da arbitragem que, para variar, achou o lance normal, afinal é contra o Atlético. As vaias ao final da primeira etapa acabaram por enterrar qualquer chance de se acabar com aquela esfera negativa.

Não havia apoio algum ao time desde o começo do jogo e logo o segundo tempo começou com a situação ficando ainda pior. Nosso time corria, buscava, mas parecia estar "catando galinhas", não "pegava" quase nada e quando "pegava" deixava escapar. Aquela bola na canela sem querer, aquela cabeçada que não saia com a força devida e a torcida vaiando cada vez mais. Algumas atuações bisonhas, o time totalmente perdido e o peixe acabou por afogar o Furacão por 2x0.

Toda essa cena lembrou-me 2005, quase a mesma situação, hoje menos pior que aquela. Um time que sofria em campo, mas que durante o ano aprendeu a superar a falta de técnica com vontade e raça. É o que nossos jogadores precisam buscar hoje. Não temos um time técnico e todas as grandes vitórias do ano foram conquistadas na raça, na vontade, na superação e naquele ano, tínhamos uma torcida que jogava com o time, mesmo nos piores momentos, aquela torcida incentivava e carregava o time nas costas, havia animo e aplausos, muito mais do que as contínuas vaias da atualidade.


Foto: Site Oficial
Mas de quem é a culpa por nova derrota? Todos estão buscando um culpado. Os jogadores? O presidente? O técnico? A torcida? O estádio? A arbitragem? Quem é o culpado pela má fase? Quem é o culpado por este momento negativo? Quem é o culpado pela NEGATIVIDADE que engoliu a Baixada? Quem é o culpado pela nuvem negra que se instalou em nosso estádio e não quer mais “ir embora”?
TODOS NÓS ATLETICANOS SOMOS CULPADOS! Desde jogadores até torcedores!

Brigamos em campo, nas ruas e em redes sociais com jogadores, diretoria e nós mesmos. Organizada, “políticos” pelo clube e funcionários do clube. Estamos nos destruindo aos poucos. TODOS SOMOS CULPADOS ... TODOS! Criamos uma esfera tão negativa que vemos "nossos irmãos" como inimigos, mais do que aos coxas. Nos enfrentamos todos os dias apenas por termos opiniões diferentes. Discordar virou “CRIME”! E reflete nos jogadores que também acabam não colaborando com a raça que esperamos.

Esse efeito "NEGATIVIDADE" está tão forte, que sentimos ao pisar na Arena e como todas as coisas são movidas a ENERGIA, tudo que você carrega consigo invade um determinado local. Imaginem isso em várias pessoas ao mesmo tempo. A ENERGIA NEGATIVA É CONSTANTE NA BAIXADA e vem aos poucos enterrando o time. Falta sim mais empenho dos jogadores, sem dúvida, talvez falte um pouco mais de proximidade da Diretoria com a torcida também, mas também falta mais amor e paciência do torcedor, pois ninguém é perfeito.


Foto: Site Oficial
Talvez devêssemos todos parar de reclamar tanto, empurrar esse time para frente e daí sim começarmos a separar os meninos dos lobos, ver quem é quem, pois todos acham que estão com a razão e eu prefiro afirmar que todos estamos errados. Acho que está na hora de pararmos de buscar culpados e todos, desde a zeladora do Clube até o torcedor mais otimista e apaixonado, começarmos a avaliar a própria fé, o próprio amor pelo Atlético Paranaense e o que realmente desejamos para o nosso time de coração.

Todos estamos errados! Está muito fácil empurrar a culpa adiante, acho que está na hora de cada um fazer sua análise pessoal e começar a fazer sua parte. Só assim alcançaremos os nossos sonhos, só assim varreremos as energias negativas para longe, só assim voltaremos ao caminho das vitórias e conquistas. Chega de situação, oposição, organizadas, politicagem, reclamações e o “caramba a quatro”. Ou acabamos com a NEGATIVIDADE ou a NEGATIVIDADE acabará “conosco”!

Em tempo: Tirinhas valiosas

Temos na quarta-feira contra o Galo, mais um confronto teste para Libertadores e Copa do Brasil. Fora de casa, sem a pressão da própria torcida, é hora de vermos como o time atuará e definitivamente termos a certeza se estamos no caminho da evolução ou caminhando para trás. Espero que Eduardo Baptista consiga dar mais consistência e equilíbrio ao futebol do Furacão.

De que adianta atacar o ônibus do Atlético ou jogadores dentro e fora de campo? Só os imbecis ainda lidam com o futebol dessa forma! Que todos estamos inconformados, disso não tenham dúvidas, mas agredir não ajudará em nada. As cobranças devem ser com dignidade e sem selvageria.

Se o torcedor
pensa que a diretoria do clube não está preocupada com as derrotas, está muito enganado. Todos são tão fanáticos Atleticanos quanto nós, apenas não entram em campo, não tem como estarem "lá" correndo atrás da bola. Podem no máximo é cobrar mais empenho e disso não tenho dúvidas que fazem. Ano passado o torcedor implorou a renovação com boa parte desse elenco e pediu reforços, tudo quase 100% aprovado pela torcida. Reclamar na má fase é fácil, apontar falhas agora é fácil, não vi ninguém apontando falhas antes dos campeonatos começarem.

O FURACÃO SOLIDÁRIO precisa do seu apoio. As crianças carentes necessitam do seu apoio. A campanha está lenta e poucos contribuíram até o momento. Lamentável ver que os Atleticanos se comoveram com a Chape, mas não se comoveram ainda com crianças pobres e carentes que fazem parte de Projetos Sociais do clube e que necessitam de chuteiras para treinar, mas não estão tendo a devida atenção. Se sua consciência estiver clamando, acesse a página da KICKANTE e contribua você também.

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