terça-feira, 26 de setembro de 2017

Arena Inimiga?


“Está ficando muito difícil jogar na Arena. A Arena, que sempre foi a arma do Atlético, está virando a grande inimiga".

"Hoje, a torcida atleticana que vai à Arena não é a maior inimiga do time, mas é, sim, um fator contraproducente do time. As vaias acontecem desde o primeiro tempo, são recorrentes, e gerais. E não há dúvidas de que o jogador sente a pressão, rendendo menos do que o esperado.

O leitor que acompanha esta coluna sabe que tenho sérias dificuldades em conviver com as vaias durante o jogo. Tornei-me atleticano e cresci vendo times muito piores que o atual serem apoiados incondicionalmente durante a partida. Críticas ficavam para depois do apito final.

E não falo só das décadas de 80/90. Quem não lembra daquela partida em 2000, quando o "Ventania" (time reserva do Furacão) saiu perdendo de 2x0 para o Malutrom, e na base exclusivamente do grito da torcida conseguiu a virada?

Hoje, não tenho mais quase nenhum tesão em ir à Baixada, para ver torcedores não só vaiando, mas xingando (!) jogadores do próprio time. Olho para o lado e vejo cidadãos com as veias do pescoço saltadas, proferindo xingamentos eloquentes contra profissionais que estão vestindo a camisa do clube que o cara ama. Me desculpem, mas isso me parece coisa de pessoas com uma capacidade intelectual enormemente prejudicada”.


O Texto acima foi publicado em 21/03/2011.

O autor? Ricardo Campelo, advogado e atleticano. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

O Atleticano Marinton republicou esse texto alguns dias atrás no Grupo de Facebook “Olho no Furacão” e achei por bem republicar aqui na página e tentar com isso encontrar o "ponto" exato onde a torcida do Atlético perdeu sua identidade e sua “Paixão” pelo clube.


Em 2011 a Arena tinha cadeiras vermelhas, os adereços estavam liberados, a caveira liberada, todo e qualquer tipo de festa liberada e os preços de sócios eram mais acessíveis e diferenciados e mesmo assim a torcida era fria, vaiava, xingava e culpava a todos pela sua frieza, menos a si mesma. A média de público também era menor. Tudo era muito semelhante ao que ocorre nos dias de hoje. Alguém lembra?

Colocar a culpa da frieza na falta de festas e adereços já virou praxe de torcedores que há muito tempo perderam a criatividade e principalmente a identidade com o clube. Na época tudo era liberado e ainda assim só haviam vaias e reclamações.

Ao longo do tempo, nós Atleticanos desenvolvemos um sentimento derrotista constante e este sentimento é o que tem atrasado nossa caminhada rumo a um futuro ainda mais brilhante do que os momentos que já vivemos. Posso te assegurar que vivemos um período maravilhoso, rumando ao futuro das glórias mais sonhadas pelo torcedor.

Esse sentimento derrotista cresceu em função de participarmos de forma efetiva e “lutarmos” por títulos em todas as competições que entramos e claro acabamos assim por ficarmos mais propensos a derrotas. Deveríamos valorizar mais a luta, a busca incessante por grandes títulos que estamos vivendo no Atlético Paranaense, que demonstra o real crescimento do clube nos últimos 5 anos. Grandes títulos só foram possíveis graças a participação constante dos clubes nas competições de maior envergadura e apoio incondicional do torcedor, mas antes de grandes vitórias é claro, temos que nos preparar para grandes derrotas, que acabam por valorizar ainda mais uma conquista futura.

Nosso torcedor chora demais por causa de festas e pouco faz para tornar possível essa festa. Deveriam se espelhar nas festas dos torcedores europeus com seus cantos altissonantes maravilhosos.

Fico imaginando, se o Furacão tivesse o apoio do torcedor constantemente onde poderíamos chegar.

Chega de culpar esse ou aquele, está na hora de se movimentar, parar de culpar os outros e encontrar alternativas criativas para apoiar o time. Vivo passando dicas de uma reformulação na forma de torcer. Até quando teremos que aguentar esse disco riscado?



Quanto ao jogo do Paraná na Baixada:

A Gazeta mente lá e a torcida acredita aqui. Inacreditável como o torcedor continua dando IBOPE ao que não presta! Essas mídias falidas se alimentam da burrice dos que acreditam nela, será que alguém sabe que a Gazeta "fechou" as portas na segunda feira?



Abaixo a trajetória do Atlético nos últimos 6 anos: 

(Notem que o Atlético sempre terminou entre os 10 primeiros no Brasileiro, enquanto o coxa sempre lutou para não cair)

2012
  • Acesso e retorno para o lugar de direito do Atlético Paranaense, a 1ª Divisão do futebol brasileiro. 
  • Coxa na Primeira, escapou do rebaixamento na penúltima rodada.

2013

  • Título internacional da Marbella Cup Invicto jogando contra times se não de ponta, mas intermediários do cenário europeu. Título que merece destaque, pois todo grande clube brasileiro se orgulha de ostentar troféus desse porte em suas prateleiras. (Oras, os coxas comemoram um “prêmiozinho” chamado “Fita Azul” dado pela CBF pela invencibilidade de 6 jogos numa excursão pela África como se fosse título mundial, o prêmio não foi um troféu por título, apenas por participação sem derrotas).
  • Vice-campeão da Copa do Brasil.
  • O artilheiro do Brasileirão foi Ederson do Atlético-PR com 21 gols.
  • 3º Colocação no Brasileirão e vaga na Libertadores 
  • Coxa 11º - Escapou do rebaixamento na última rodada

2014

  • Participação na Libertadores (classificação emocionante contra o Sporting Cristal).
  • Campeão do Blue Stars Fifa sub-20 na final contra o Benfica.
  • 8ª Colocação no Brasileirão 2014.
  • Coxa 14º - Escapou do rebaixamento na penúltima  rodada.

2015

  • Participação na Copa Sulamericana. Chegou as quartas de final.
  • 10ª Colocação no Brasileirão. (A pior colocação nos últimos 6 campeonatos)
  • Coxa 15º - Escapou do rebaixamento na última rodada.

2016

  • Campeão paranaense na casa do rival.
  • Finalista da Copa da Primeira Liga.
  • Chegou as oitavas de final da Copa do Brasil.
  • 6ª Colocação no Brasileirão e classificação para Libertadores 2017. 
  • Coxa 15º - Escapou na penúltima rodada do rebaixamento.
2017
  • 2ª Participação na Libertadores nos últimos 4 anos chegando as oitavas de final, 5ª na história do clube apenas nos últimos 15 anos.
  • Até o momento 8º colocado, brigando pela vaga na Libertadores do próximo ano. 
  • Atlético sub-20 na semifinal do Brasileirão. 
  • Coxa na zona de "REBAIXAMENTO DE NOVO". (Essas últimas palavras não se largam mesmo) 


Aqui o texto original do Ricardo Campelo publicado em 21/03/2011 as 10h10 na Coluna Fala, Atleticano da página Furacão.com:

Ricardo Campelo, 37 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

Arena, a inimiga

“Está ficando muito difícil jogar na Arena. A Arena, que sempre foi a arma do Atlético, está virando a grande inimiga”.

A frase acima foi proferida pelo treinador Geninho, logo ao final da patética apresentação perante o Operário de Ponta Grossa, no último sábado, que, na prática, representou a perda do Campeonato Paranaense para o Coritiba.

Quanto ao conteúdo, o técnico Geninho tem razão. Hoje, a torcida atleticana que vai à Arena não é a maior inimiga do time, mas é, sim, um fator contraproducente do time. As vaias acontecem desde o primeiro tempo, são recorrentes, e gerais. E não há dúvidas de que o jogador sente a pressão, rendendo menos do que o esperado.

O leitor que acompanha esta coluna sabe que tenho sérias dificuldades em conviver com as vaias durante o jogo. Tornei-me atleticano e cresci vendo times muto piores que o atual serem apoiados incondicionalmente durante a partida. Críticas ficavam para depois do apito final.

E não falo só das décadas de 80/90. Quem não lembra daquela partida em 2000, quando o "Ventania" (time reserva do Furacão) saiu perdendo de 2 x 0 para o Malutrom, e na base exclusivamente do grito da torcida conseguiu a virada?

Hoje, não tenho mais quase nenhum tesão em ir à Baixada, para ver torcedores não só vaiando, mas xingando (!) jogadores do próprio time. Olho para o lado e vejo cidadãos com as veias do pescoço saltadas, proferindo xingamentos eloquentes contra profissionais que estão vestindo a camisa do clube que o cara ama. Me desculpem, mas isso me parece coisa de pessoas com uma capacidade intelectual enormemente prejudicada''




3 comentários:

  1. concordo plenamente... mas infelizmente a realidade, não só do atleticano, mas do povo brasileiro é essa, são pessoas que querem o mundo mas sem mover um dedinho para alcançar isso... tipo a geração que quer salvar o planeta mas não arruma nem a propria cama..... conhecem todos os seus direitos mas não fazem ideia do que significa deveres.... o que xinga, em sua maioria, é aquele frustado na vida, sem perspectiva, apenas sobrevivendo.... e isso não é coisa exclusiva do pobre e sim de todas as classes sociais neste pais, recentemente em uma audiencia, escutei do juiz que, por mais que estava tudo correto em minha defesa, ele disse que eu ganho dinheiro para progredir e o coitado para sobreviver e por isso ele deveria ganhar a ação.... desisti desse pais já... futebol é meramente um reflexo de seu povo.... e o atletico paga o preço por tentar ser um clube justo e profissional.... voaria alto em paises civilizados mas aqui será sempre o patinho feio!

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  2. Uma das desculpas agora é que os jogadores recebem muito dinheiro pra jogar e tem que aguentar as críticas nao concurso são seres humanos e sentem as vaias também estou desanimado de ir aos jogos eu gosto lá nos hermanos lá a torcida canta o jogo inteiro mesmo o time perdendo de dois a zero

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  3. Parabens pela coluna acho q a diretoria tem q conversar com a torcida. E fazer um acordo bom para ambas as partes. Essa de ficar xingando tambem acho q o pessoal nao sabe torcer fazer o q os caras pagam e acham q podem tudo.

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