Atlético Paranaense é Líder!

Por: Soldado Atleticano

O LÍDER

O Atlético Paranaense é líder, líder isolado do Ranking de punições por mal comportamento das torcidas organizadas no futebol brasileiro nos últimos 7 anos. Somente de 2011 a 2016, o clube "pagou o pato" e foi punido em 11 ocasiões devido a brigas e invasões. Das 11 punições, 10 delas foram devidas ao mal comportamento da sua principal torcida organizada, que somente em uma das 11 Punições não estava presente, quando em 31 de agosto de 2016, um torcedor ofendeu de forma racista na Arena o jogador Tchê Tchê, na vitória do Palmeiras sobre o Furacão por 1x0. 

E falo de punições desde perda de mandos até multas financeiras elevadas, algumas delas ainda em tramite e se julgadas procedentes podem render aos cofres do clube prejuízos milionários. Exemplo de Joinville onde o Ministério Público de Santa Catarina move ação com valor de R$ 10 milhões (a julgar) pelos incidentes ocorridos no jogo Atlético x Vasco.

Somente de 2013 a 2014, o Furacão perdeu no total 11 mandos de campo, 4 partidas foram com os portões fechados, sem a presença de torcida. Este é um claro exemplo de como muitos pagam por alguns. Nos últimos meses integrantes da TOF têm reclamado das atitudes tomadas pela diretoria do Atlético, argumentando que muitos não devem pagar por apenas alguns e que é de responsabilidade do clube identificar os "arruaceiros", não se devendo assim proibir a mesma de adentrar com seus adereços.

BIOMETRIA

Com o intuito de não mais punir os bons em decorrência dos exageros dos maus, o clube decidiu definitivamente colocar a biometria em ação em todo o estádio e buscar uma forma de atender o pedido de todos. Acontece que os mesmos que cobram uma atitude da Diretoria para que se identifiquem os reais culpados são os mesmos que se colocam contra o novo modelo de acesso biométrico ao estádio. Convenhamos, totalmente controverso. 

O torcedor de bem de uma forma geral aderiu a causa, mesmo aqueles com mais cadeiras, que por não haver uma definição de "quem" cadastrar para utilização tiveram que optar pelo cancelamento. O público acima do esperado no Atletiba demonstrou claramente que o clube está no caminho certo. O Curitibano de uma forma geral é muito resistente a novas regras e leis, parece um povo que se acha acima do bem e do mal, mas regras são regras e as leis foram feitas para os homens e não os homens para as leis. O próprio torcedor é culpado e responsável por mais essa “inovação”.

O tempo é de conscientização, muitos falam em elitização, mas a verdade é que todo o processo de mudança está ligado a própria torcida. Muito se fala em povão, mas a maioria desconhece que na era de ingressos com valores irrisórios, o povão não frequentava o estádio. Os recordes? Os recordes são ilusórios. Partidas contra o Flamengo ou o Corinthians recebiam sim grandes públicos, afinal o torcedor não se deslocava ao estádio para ver o Furacão e sim o rival. Enquanto nos super jogos o estádio lotava, em 90% das outras partidas, sem apelo popular, o público não passava de 1500 pessoas e na grande maioria bem menos que isso. 

Atualmente o clube tem uma média de 16 mil pessoas por jogo, algo nem sonhado naquela época. O verdadeiro povão é aquele que ama o Atlético e vai a todos os jogos e não jogos ocasionais para ver o adversário, esse torcedor é aquele que quer o ingresso a baixo custo para ir ao estádio só quando o jogo interessar, mas para ver o Flamengo, o Corinthians, o Palmeiras. Nunca é demais salientar que o valor do Sócio do Atlético é o mais baixo do Brasil e das Américas inclusive e já publicamos até matéria sobre esses valores anteriormente.

O verdadeiro torcedor deve ir ao estádio para ver o Atlético e não o adversário.

O ex-jogador Tico (início da década de 90) deu um depoimento que mostra bem a realidade da época:

“Jogávamos na época pelo prato de comida. A gente não via a hora de um grande jogo pra lotar o estádio e poder receber salários, porque a gente sabia que nos outros a torcida deixava a gente na mão, não comparecia”. “Era normal jogador ter carro tomado, ser despejado, passar necessidade”.

TORCIDAS ORGANIZADAS

Muito se fala em extinção das Organizadas no Brasil, mas seria a extinção o “remédio” eficaz para o fim dessa "doença" chamada violência, presente constantemente nos estádios brasileiros? Na busca de uma "vacina", fui investigar a torcida que mais cresce na Bundesliga (1ª Divisão do campeonato Alemão) e no Mundo.

Eles já somam mais de 6 Milhões na Alemanha. A geração Borussia Dortmund já supera em números os grandes rivais locais, como Werder Bremen, Shalke 04 e Sttuttgart, atrás apenas do gigante Bayern Munich que tem ao todo quase 10 Milhões de torcedores. Em pouco mais de 15 anos, a torcida do Dortmund mais que triplicou seus seguidores e atualmente é a que mais cresce entre os clubes da bundesliga no mundo. Desde 1998 quando foi criado o lema símbolo do Clube e da Torcida, por Carsten Cramer (Diretor de Marketing do Clube), o Echte Liebe que em alemão significa "Amor Verdadeiro", a média de público alcançou nos jogos dos Auri-Negros recordes jamais vistos e desde 2015 possui não somente a melhor média de público de seu campeonato nacional, mas também a melhor média mundial, superando grandes clubes como Barcelona, que ficou em segundo em médias de público na temporada 2016/2017 com 79.724 torcedores por jogo.

O bom relacionamento se deve a privatização da Torcida Organizada do Borussia por iniciativa do Clube, com um melhor controle de seus integrantes e um regulamento rígido dentro da nova organização, a confiança entre diretoria e torcida ganhou força. Hoje o Signal Iduna Park, possui a maior "Geral" da Europa, dos 81.359 lugares, 24.454 estão localizados na "Südtribüne" (Tribuna Sul) do estádio, dando ainda mais força ao bordão aurinegro. Entretanto, isto somente é possível em jogos de partidas nacionais, já que nas competições administradas pela UEFA, o setor tem de ser reformulado para receber novamente as cadeiras devido ao regulamento de liberação dos estádios para as competições.

As chamadas sedes de torcidas como existem no Brasil, dão lugar a escritórios de marketing do clube, as vestimentas das Organizadas foram substituídas pelos produtos do próprio clube.

Entretanto mesmo com todo o esforço, a diretoria não impediu o primeiro tumulto do ano. Em fevereiro, em jogo pela 21ª rodada do campeonato Alemão, torcedores do RB Leipzig foram agredidos com o uso de explosivos no entorno do estádio. O BVB identificou e denunciou 61 pessoas, 28 foram presas e outras 32 estão sob processo. Mesmo com a rápida ação do clube em identificar os "arruaceiros", o BVB foi punido pela DFB (Federação Alemã de Futebol) por um jogo, onde não pôde liberar o setor Tribuna Sul impedindo a entrada dos quase 25 mil torcedores.

Na contramão deste modelo está o FC Barcelona que extinguiu as torcidas organizadas. As ações e os famosos mosaicos são promovidos pela diretoria de marketing do clube. As "Penyas" (grupos de torcedores que chegam no máximo há 60 integrantes) estão restritas a um local com 500 cadeiras no Camp Nou e desembolsam R$ 325,00 por jogo, são tidas como exemplos na região da Catalunha. Sem as Organizadas o clube não viu mais ações de vandalismos.

O torcedor deve fazer uma reflexão urgente, “ou muda de atitude ou será mudado” por completo!