sexta-feira, 29 de abril de 2016

Pra ser campeão!



Domingo começa a disputa das finais do paranaense 2016.
Atletiba com cara de anos 80, e sabe porquê?

Nos anos 80 a situação das duas equipes era inversa, o coxa tinha melhor saúde financeira, estava sempre bem, com grandes contratações, tinha seu estádio, tinha marketing e tinha o necessário para se destacarem sempre como os favoritos e sempre eram os favoritos nos clássicos e finais.

Por outro lado, nosso Atlético sofria na bacia das almas.
Não havia dinheiro para nada, enriquecíamos os coxas jogando continuamente no estádio deles, não podíamos disputar clássicos na Baixada e quando fomos para o Pinheirão, o clube foi definitivamente enterrado em dividas, enriquecendo a Federação.

Não havia nem mesmo dinheiro para mandarem lavar os uniformes, era comum os jogadores levarem para casa e providenciarem o tratamento carinhoso no manto sagrado do Furacão.
Eram tempos difíceis, mas de futebol belo, raçudo.

Eles vinham cheio de pompas e nós em nossas dificuldades e humildade, arrebentávamos eles.
Eles não compreendiam como era possível terem times tão bons e apanharem continuamente do Atlético. Chegavam como favoritos e muitas vezes se despediam dos Atletibas embaixo de um sonoro Olé, altamente cantado por nossa torcida.

Nosso time não era, na maioria das vezes, técnico, mas tinha alma, amor à camisa, tinha uma raça sobrenatural e sem igual, era paixão pura em campo por cada bola.
Isso era Atlético!

Essa final me levou a relembrar grandes jogos, inclusive um jogo, talvez em 1988, onde o Atlético estava fora das finais e o Coritiba dependia do resultado, precisava ganhar.
Embaixo de muito frio e chuva, nosso time tecnicamente inferior, se retrancou de tal maneira que não passava do meio campo. O medo de uma goleada era grande, mas acima de tudo éramos Atlético e sabíamos que nossos jogadores não se entregariam. Para nós aquele jogo valia o título, ganhar deles era melhor do que ser campeão.
E foram inúmeras chances desperdiçadas por eles, Marolla fez vários milagres, bolas na trave e eles não conseguiam marcar.

De repente, em meados do segundo tempo, um único chute de Nivaldo do meio da rua, a bola bate na grama encharcada, enganando o goleiro deles e vai morrer no fundo das redes,
Era o gol do Atlético em um único chute a gol, o suficiente para ganharmos deles por 1x0 e deixarmos um estádio inteiro pasmo. A festa foi maravilhosa.

E em 1990 então!
Conquistamos um empate no primeiro jogo nos pés de Dirceu, e o empate bastava no segundo jogo. Saímos na frente com Dirceu e sabíamos que não podíamos amolecer, mas no final do primeiro tempo a superioridade técnica deles prevalecia, viraram o jogo para 2x1. Nosso time sentiu, mas nossa torcida não desistiu do time e em uníssono gritava sem parar empurrando o time do Atlético pra cima deles. Então eles sentiram e fizeram um gol antológico contra a nosso favor sem nenhum jogador Atleticano encostar na bola. Nossa torcida foi à loucura definitivamente e eles pareciam não ter mais forças. Metade de “lá” do estádio não acreditava no que via. Um garoto ao meu lado virou as costas para o jogo e começou a chorar e rezar até o apito final. Que loucura! Éramos campeões, tirando um empate com sabor de vitória do fundo dos nossos corações e em conjunto, time e torcida.
Quem “viveu” aquela final lembra-se bem dos fatos que a tornaram inesquecível para nós Atleticanos.

Nessa final eles são favoritos como naquela época, mas temos a nosso favor o sobrenatural de nos superarmos e fazer valer nosso amor, nossa camisa.
Temos nossa torcida fanática e que tem também a obrigação de encarnar àquela torcida, empurrando o time do começo ao fim e quem sabe assim, no outro domingo, lá no estádio deles, podermos dar a volta olímpica como campeões de 2016.

Domingo vamos para cima deles com o que temos de melhor, nossa torcida e nossa raça.

GRITE: EU SOU FURACÃO E AJUDE O ATLÉTICO A SER CAMPEÃO!






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