segunda-feira, 3 de julho de 2017

Na positividade a torcida virou o jogo

Após escrever a coluna: “Baixada: A Negatividade afogando o Furacão”, muitos torcedores esbravejaram, alguns entenderam e concordaram, outros não, mas de uma forma geral, a maioria aceitou que a atmosfera na Baixada não era das melhores. Coincidência ou não, de lá para cá, foram 4 vitórias consecutivas, duas delas na Arena e uma mudança na tabela sensacional, saindo da lanterna para estar a 1 ponto do grupo da Libertadores e a 3 do terceiro colocado o Flamengo.

A torcida está de parabéns. Carregou o time no colo quando o time estava perdendo, criou uma atmosfera saudável e favorável para que os jogadores tivessem tranquilidade e estabeleceu a positividade do “vamos virar”. A Fanáticos parecia a “antiga” torcida que cantarolava o jogo inteiro e não deixava a poeira baixar mesmo com o resultado negativo. Faziam ecoar os cantos nos 4 cantos da Arena. Todos foram contagiados, as crianças, os idosos, as mulheres e até os torcedores mais frios, levantaram para cantar. Que sensação maravilhosa!

Mas e o jogo? Vamos ao jogo então! Que começou com o Vitória logo aos 3´ botando as manguinhas de fora, perdendo um gol imperdível. Aos 7´ chegou novamente, mas Weverton fez ótima defesa. O Furacão tinha mais posse de bola, mas o Vitória era mais efetivo. O Furacão só levou real perigo aos 10´ em um passe de Lucho, que colocou Ederson na cara do gol mas o goleiro baiano fez grande defesa. Ederson já proporcionava ótimos lançamentos, virando o jogo com consciência sempre que necessário. Era um Edershow a parte.

Foto: Marco Oliveira / Site Oficial
O Atlético já demonstrava melhoras, mas aos 16´ os fantasmas de outrora mostravam suas caras novamente na Baixada. Na minha opinião, Weverton poderia ter pulado na bola, mas preferiu fazer golpe de vista, ela beijou o travessão e morreu no gol. Temi pela torcida, mas ao contrário de vaias, ela se levantou, deu seu grito de apoio e teve paciência para deixar o time jogar e se reequilibrar. E não é que o Furacão melhorou e se reencontrou no jogo.

O Atlético tinha posse de bola, chegava na área, mas não concretizava em gol. Aos 30´ Lucho machucado deu lugar para Nikão. Daí em diante nada mais funcionou e o Furacão praticamente não avançou. O meio do Atlético parou de funcionar. O Vitória apelava para a catimba retardando o jogo. A melhor chance só veio aos 40´ em bola parada. Matheus Anjos cobrou bem uma falta que passou riscando a trave. A torcida sentia que o time buscava o empate mesmo desajeitado e não deixava de cantar e apoiar. 

Esse ânimo tomou conta dos jogadores. Energia positiva que emanava do torcedor Atleticano e invadia gramado e arquibancada. O time tentava entrar na área adversária, mas era obrigado a retornar à bola até o círculo central e iniciar tudo novamente. Em um desses momentos, aos 42´, a bola foi levantada na área e acabou sobrando no pé de Nikão que cortou o marcador e bateu forte, Fernando Miguel jogou para escanteio. Aos 43´ Nikão cobrou o escanteio e Wanderson “monstro” apareceu como uma flecha para empatar de cabeça o jogo.

Foto: Marco Oliveira / Site Oficial
O gol coroava o time que queria jogo. No intervalo, enquanto os coxas Flippers tomavam mais uma estocada, Eduardo Baptista tinha tempo e tranquilidade para acertar o meio do time após a saída de Lucho. O Furacão voltou diferente, Matheus Anjos um pouco mais recuado na cobertura do lado esquerdo e Otávio mais na dele. Daí começou a aparecer o grande nome do jogo. Sidcley, incendiado pela torcida começou a deitar e rolar no lado esquerdo Atleticano. 

Aos 6´ ele colocou a bola rasteira na área para Matheus Anjos e Nikão, mas quem aproveitou foi Nikão que com maestria colocou tirando do goleiro, mas o goleiro evitou o gol da virada. Aos 8´ Sidmessi viu que o jogo era dele, no embalo da torcida se livrou de 2 marcadores e no meio de 7 jogadores colocou a bola nos pés de Nikão, que cortou 1 e bateu forte no canto esquerdo do goleiro. Era o gol da virada, o gol que levou a torcida ao delírio. Bola trabalhada, jogada linda e de uma plástica incomum no futebol brasileiro. O gol para desafogar o coração Rubro Negro. 

Daí em diante a festa estava armada e o passeio foi inevitável. Bola de pé pra pé, jogadas de efeito, pouca posse de bola, mas quando ela chegava o time sabia o que fazer com a redonda. E foi nessa troca de passes com estilo que aos 11´ Sidmessi deu um passe primoroso, entre 4 jogadores do Vitória, para Coutinho Bolt que cruzou rasteiro na área para a entrada fulminante de Edershow de carrinho completar para o gol. A porteira estava aberta. 

Foto: Marco Oliveira / Site Oficial
O Furacão passeava em campo, a torcida cantava enlouquecida. Aos 25´ lá estava Sidmessi para iniciar mais uma jogada pela esquerda que foi parar nos pés de Edershow, que encheu o pé, o goleiro defendeu batendo roupa, a bola acertou a trave e na volta passou por 3 Atleticanos que não alcançaram. O time era um rolo compressor e o cheiro de goleada estava no ar. E claro, todo grande espetáculo tem que fechar com chave de ouro. Aos 35´ veio o grande presente para o torcedor, um agradecimento em forma de pintura, num dos gols mais belos da Arena. 

Otávio desarma o ataque do Vitória e coloca a bola no pé de Rossetto. O garoto atravessa o campo todo e desfere um petardo no ângulo do goleiro. Golaço para fechar com chave de ouro.  Daí em diante não teve mais jogo. Os baianos com medo da surra ser ainda maior, recuaram e trocavam passes sob as vaias da torcida do Furacão. O jogo ficou tão sem graça pela covardia baiana, que o árbitro não teve dúvidas e deu apenas 2 minutos de acréscimo. Saímos da Arena em êxtase. O Brasileirão virou truco com 4 vitórias consecutivas. “Truco, 6, 9, 12”. Que venha o Grêmio!

Em tempo: Tirinhas valiosas

Quanta bobagem alguns torcedores escrevem nas redes. Cada jogo, os imbecis arrumam um fato novo para desviar o foco e tentar justificar suas incompetências no período “mais chuteiras, menos futebol” escrachando o clube e a Diretoria por terem alcançado a proeza de trazer as finais da Liga Mundial de Vôlei. Uma sacanagem que só acaba com o ambiente. O clube acertou na escolha, está fazendo uma grana “federal” com o evento, fechou a parceria no ano passado e nunca teve uma bola de cristal para adivinhar que teríamos um jogo importante nessa data. Um absurdo a quantidade de besteiras. Muita vontade de voltar ao amadorismo e ser escravo do eixo do mal. 

Falando em amadorismo, o domingo foi de contrastes. A quase morte da Portuguesa demonstra tudo que falo. Em 1995 Petraglia assumia o Furacão e salvava o clube da falência. Em 1996 a Portuguesa disputava seu último grande brasileirão sendo vice-campeã. Nesse choque de contrastes, notei onde está hoje o pequeno Atlético de 95 e a grande Portuguesa de 96. Os valores se inverteram, fruto de uma administração coerente, coesa, planejada, futurística, exuberante e espetacular, o Furacão mudou de vida, de pequeno para gigante. Enquanto um morreu no centro do futebol brasileiro que é São Paulo, outro deu a volta por cima e tornou-se gigante no sul do país. E tenho dito!

Olha o Grêmio aí gente! Próximo jogo na Copa do Brasil. Temos totais condições de trazermos um bom resultado dos pampas. O Grêmio já mostrou que é um time normal, afinal, perdeu em casa para o time que não conseguiu ganhar do coxa. O momento é todo nosso! Recado para os chorões do jogo contra o Santos: Não importa a partida, não importa onde for, Furacão estarei contigo, pois tu és o meu amor!

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