quarta-feira, 5 de julho de 2017

PETRAGLIA FALOU PRA FOLHA: Futebol brasileiro está um lixo!

O Presidente do conselho deliberativo do Atlético Paranaense, Mario Celso Petraglia, concedeu entrevista a Folha de São Paulo.

Petraglia fez uma análise mais profunda do atual momento do futebol brasileiro e não poupou comentários mais ácidos.

O futebol brasileiro 'está um lixo'

Há 21 anos no clube, ele é categórico ao afirmar que o futebol brasileiro "está um lixo" e que falta "coragem aos dirigentes para mudar isso".

Com declarações polêmicas, Petraglia colecionou inimigos e desafetos, mas também a idolatria de atleticanos, cartolas e torcedores.

Folha - Como analisa o futebol brasileiro atualmente?

 
Petraglia - Está um lixo. Nosso campeonato está nivelado por baixo. A nota do nosso futebol é 3. Nós [Atlético-PR] também estamos dentro desse contexto. São muitos jogos consecutivos, o que atrapalha o rendimento. Estamos aí disputando Libertadores, Copa do Brasil e Série A. Jogamos de três em três dias.

E qual é a solução para isso?

 
A formação de uma liga é a única solução. O país poderia ter a segunda liga nacional mais bem sucedida do mundo, só perdendo da inglesa. Nosso PIB (Produto Interno Bruto) é maior ou igual ao da Inglaterra [na verdade, segundo dados do Banco Mundial, o PIB do Brasil em 2016 foi 31% menor que o do Reno Unido]. É só copiar. Você acha que perderíamos para o Espanhol ou para a liga alemã?

O problema é que os dirigentes brasileiros não são unidos. Levam para as reuniões seu próprio interesse e a rivalidade. São torcedores. Não temos união e objetivos definidos.

Os clubes estão perdendo a chance de serem autossuficientes há muitos anos. Eu vejo muitos dirigentes que têm ideia parecida, mas falta coragem. Têm medo de serem prejudicados pela arbitragem e pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

O senhor não tem medo?

 
Eu tenho medo, mas eu domino o meu medo. Não deixo o medo me dominar. Vou para o enfrentamento.

O Atlético-PR é um dos fundadores da Primeira Liga. Por que o clube desistiu de disputar a competição neste ano?
 

Os objetivos da Primeira Liga foram deformados, deturpados, violentados. Era para criar um produto novo, valorizado, com os principais clubes brasileiros do Rio, Curitiba e Minas Gerais, e diminuir os Estaduais, que estão falidos, liquidados. Mas a força da CBF em relação ao calendário e da Globo nos liquidou e os clubes se renderam. A Globo tem interesse em quatro estaduais apenas: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O resto é o resto.

Os Estaduais deveriam acabar?
 

Tem que mudar o modelo. Tem que ver uma forma de financiar os Estaduais para que eles sejam disputados o ano inteiro e por times sub-23. Não adianta ter 18 datas dentro do Estado. Os clubes montam os times nos primeiros meses e depois desmontam.

O que achou do resultado da transmissão do clássico contra o Coritiba pelo YouTube?
 

Esse é o caminho. Teria repercussão muito melhor se tivesse sido realizado no domingo, quando a federação nos boicotou e não deixou fazer o jogo. Foi sacanagem pura da Globo e da federação.

Depois quando fizemos no domingo concorreu com as finais de campeonato na transmissão aberta. Mesmo assim, os índices foram altíssimos. No primeiro jogo, foram 2,3 milhões de visualizações e no segundo 1,6 milhão.

O senhor critica a Globo...

 

O problema é que fomos dominados nesses 30 anos pelo monopólio da Globo e o cartel da CBF e das federações. Eles olham o interesse deles e não o dos filiados. Para que precisamos de federações como a paranaense, que cobra 10% da nossa receita? Estamos sendo explorados por esse sistema e isso precisa ser mudado. A CBF tem que cuidar da seleção e da base.

Como vê a distribuição das cotas de televisão no futebol brasileiro?


O Atlético-PR recebe aproximadamente R$ 50 milhões. O Flamengo tem R$ 170 milhões para disputar a mesma competição. No pay-per-view a distribuição é como eles querem. O Flamengo recebe R$ 3,2 milhões por partida e o Atlético-PR R$ 150 mil. Os clubes brasileiros não pensam no todo. Cada um olha o seu lado. Pensa em aumentar a sua fatia. Quanto maior for a fatia do Flamengo e menor a dos outros times, a possibilidade deles ganharem é maior. O Flamengo está pagando contas de erros do passado. Quando quitar as dívidas, vai ganhar tudo. O Corinthians menos, por conta do pepino do estádio. Na Europa, os clubes ainda têm um aditivo de 25% a 30% de acordo com a performance. Aqui, a diferença na cota de televisão é de um para vinte.

O Atlético-PR tem o projeto de disputar o Mundial até 2024. Como é esse projeto?


Por conta da crise moral, ética, econômica que atinge o Brasil há anos, não vendemos nada do nosso estádio. Desde setembro de 2014, quando a Fifa devolveu o estádio, estamos investindo, arrumando o estádio. Tivemos R$ 150 milhões de superavit nos últimos três anos. Foi tudo no estádio. Agora, terminado o investimento patrimonial, isso aqui vai para o futebol automaticamente. Com toda essa estrutura, todo esse trabalho, toda a tecnologia, um clube sem dívida, é para ser campeão brasileiro e brigar pelo título do Mundial de Clubes.
 

Link da matéria completa: Folha de São Paulo



2 comentários:

  1. Embora o patrimônio do Atlético tenha crescido vertiginosamente na gestão desse comerciante. Não consigo confiar nesse cidadão, sem time não se ganha nada e ele economiza no plantel, é muito incoerente e não é santo tbm, tem o lado dele nas transações de jogadores é óbvio, do contrário não estaria no Atlético !

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  2. Não levem em consideração o comentário de 05/07/2017. Ninguém dirige melhor o ATLÉTICO do que MCP. O restante é intriga de Inimigos do Atlético.

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