segunda-feira, 29 de maio de 2017

Empate injusto, Flamengo escapou de um massacre

O clima amistoso entra as torcidas em volta da Arena dava o tom de que teríamos um ótimo jogo de futebol, apesar de uma certa rivalidade que está crescendo aos poucos, nota-se um respeito mútuo entre as torcidas devido as cores, as batalhas ficam só no campo de jogo. 

Aproveitando isso, levei meu cunhado flamenguista para conhecer a majestosa Arena. Enquanto o queixo dele caminhava arrastado no chão, avistei um personagem símbolo do Furacão, sentado ao lado do meu amigo Chicão, era o Endy Chaves, popularmente conhecido como “Cartola”.

Com 63 anos de idade, desde 1985, Endy se fantasia de “Cartola”, homenageando o Atlético e o primeiro mascote do clube. Atleticano apaixonado desde 1970, faça sol ou faça chuva, o personagem Cartola “oficial” está sempre presente na Baixada. Às vezes sua condição financeira o “impede” de entrar no estádio, mas nunca deixou de estar presente, dentro ou fora. É o verdadeiro amor ao Atlético Paranaense.

Estava eu ansioso, afinal era a estreia do novo técnico Eduardo Baptista e queria mesmo era ver o que nos reservava o esquema tático. Após a bola rolar vi um time bem diferente taticamente em campo. O jogo correu equilibrado até por volta de 10 minutos, quando Pablo arriscou o primeiro chute perigoso, pegou mal na bola, senão seria “caixão”.

Créditos: Marco Oliveira/Site Oficial
Os jogadores do Furacão entraram com camisetas do movimento "Maio Amarelo", que busca combater a violência no trânsito. A iniciativa, do [IPTRAN], tem o apoio do Atlético, através da FUNCAP.
Aos 13´ foi a vez de Nikão arriscar de fora da área para bela defesa de Muralha, era a segunda chance de gol. 

Aos 14´, após bela jogada de Jonathan, a bola explodiu na mão de Cuéllar, confesso que na hora me revoltei mas revendo o lance, não foi penal. 

Ahhhh o jogo estava quente, o jogo prometia. As torcidas já se revezavam nas arquibancadas. Flamengo encolhido e o Atlético dominando até os 24´ minutos, quando Mancuello recebeu um cruzamento “daqueles” e livre, leve e solto furou literalmente as redes. Primeiro ataque do Flamengo com perigo e GOL.

Mas o balde de água fria não gelou o ataque do Furacão que endoidou de vez. Daí em diante foi uma sucessão de gols inacreditavelmente perdidos. 

Um minuto depois, aos 25, veio a terceira chance de gol com Nikão que de cabeça enfiou a bola no travessão. 

Aos 27´ Pablo é lançado de frente com Muralha e cai pedindo falta. 

Na quarta chance, aos 30´, Grafite saiu cara a cara com Muralha e meio desiquilibrado, facilitou a bela defesa do goleiro. A bola não entrava!

O Fla enrolava para evitar o empate, mesmo assim o Furacão não desistia. 

Quinta chance, aos 37´, Grafite novamente, bateu de fora e a bola tirou tinta da trave.

Sexta chance e Grafite faz uma jogada sensacional na área do Urubu, bate consciente na bola e a trave salva os cariocas novamente, no rebote Sidcley chuta firme, mas Vaz salva. Eu já não sabia mais o que dizer.

Inacreditável. Que jogo! O empate era merecido, o jogo deveria estar no mínimo 3x1 para o Furacão, era um massacre. E eu gritei: “Grafite meu filho, vai se benzer, tá jogando muito, mas a bola não entra”. O Furacão martelou até o final da primeira etapa, mas nada de gol.

Na segunda etapa o Fla voltou mais ofensivo na tentativa de segurar o ataque Atleticano que deitava e rolava. 

E quase que aos 9´ Guerrero fez o segundo, mas Weverton, o goleiro da Seleção, estava lá para fazer uma das defesas mais lindas do jogo. 

O Furacão acordou e na sétima chance clara, aos 10´, em cobrança de escanteio de Rossetto, a bola foi na cabeça certeira do General Thiago Heleno para explodir o Caldeirão e deixar o placar menos injusto. Era o empate.

Para você ter uma ideia do azar de Grafite, em lance parado por falta o jogador mesmo caído tentou o gol, mas a bola caprichosamente beijou o travessão em mais um lance inacreditável mesmo não valendo. 

O Flamengo buscava manter a bola no ataque e o Furacão começava a explorar os contra-ataques, mas ambos sem eficiência. O jogo era mais brigado do que jogado. O Urubu só rodeava a área, o Furacão era mais perigoso. 

Só aos 31´apareceu a oitava grande chance de gol nos pés de Douglas Coutinho, que saiu de cara com Muralha, mas o toque a mais não ultrapassou o goleiro que fez bela defesa. 

Aos 38´ Ederson, “reestreando” com a camisa do Furacão, arriscou chute, mas Muralha estava lá para justificar o nome. O Furacão ainda teve outras chances, não deixou de buscar o gol até o apito final, mas não teve jeito, o placar ficou no injusto 1x1.
Créditos: Marco Oliveira/Site Oficial

Gostei da atuação do time, mais ofensivo, com jogadas diferentes, constante busca pelo gol. Não há do que o torcedor reclamar, o gol é o resultado de grandes jogadas como as ocorridas no domingo, o diferencial é que o Fla tinha a sorte, a trave e Muralha. Sai insatisfeito com o placar, mas satisfeito com o time. O time parece mais encorpado, Grafite foi muito bem, mostrando afinal a que veio, acho que agora ele deslancha. Novamente Rossetto um dos melhores, o garoto sobe de produção a cada jogo, fiquem de olho nele. Sidcley e Jonathan pelas laterais fizeram grandes jogadas. Enfim um time coeso.

Em meio as lamentações com meu cunhado e meu amigo Chicão, conheci uma Atleticana espetacular, a Doris, 75 anos de idade, Atleticanamente apaixonada pelo Atlético há mais de 63 anos, ou seja, desde os idos dos anos 50, mais um nobre exemplo de Atleticana que derrubou várias barreiras no futebol e nunca abandonou o clube. Para ela: “Não são as vitórias o combustível para manter meu amor pelo Atlético e sim apenas o próprio Clube Atlético Paranaense”, quem não pensa assim não é Atleticano verdadeiro.

Em tempo, tirinhas valiosas:

O Atlético promove o Furacão Solidário, uma forma de ajudar crianças carentes com arrecadação de valores para compra de chuteiras para serem distribuídas nos Projetos Sociais de Escolas do Furacão. Quem desejar colaborar acesse o link da KICKANTE e dê seu apoio a mais esse grande projeto social do Clube.

Boa estreia de Eduardo Baptista, sinal que teremos novos tempos no futebol do Furacão. O Atlético inova novamente pelas mãos audaciosas de Mario Celso Petraglia e da diretoria do clube. Autuori virou Diretor de Futebol, cuidará de todas as áreas relativas a futebol dentro do clube, desde as categorias de base até o profissional. É a primeira vez que um clube brasileiro coloca em seu quadro dois profissionais de expressão. Atlético Paranaense, o clube brasileiro mais europeu de todos os tempos.

O grupo “Mulheres Atleticanas”, dia 10 de junho, estará presente em um evento em São Paulo, representando a torcida feminina do Furacão, denominado Mulheres da Arquibancada. Serão torcedoras de times de todo Brasil e com certeza estaremos bem representados.


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